Todos as pessoas diagnosticados com Hepatite C contarão com tratamento gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS), independentemente do dano no fígado. A atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas das Hepatites Virais foi publicada no Diário Oficial da União. A ampliação da assistência faz parte da estratégia do Ministério da Saúde que visa atingir a meta de eliminar a enfermidade até 2030. A universalização do tratamento foi anunciada ano passado pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante a abertura da Cúpula Mundial de Hepatites 2017 – World Hepatitis Summit. O evento reuniu Ministros da Saúde, especialistas em saúde pública e ONGs para discutir a eliminação das hepatites virais em todo o mundo.

“Este é mais um passo que o Brasil dá para garantir amplo acesso ao tratamento de hepatites, compromisso assumido por esta gestão” enfatizou o ministro Ricardo Barros. A expectativa é tratar 657 mil pessoas nos próximos anos para hepatites virais. No caso da hepatite C, a expectativa é ofertar tratamento para mais 50 mil pessoas neste ano.

O novo documento atualiza a ampliação do tratamento, diminuindo o tempo e melhorando a qualidade da assistência, na medida em que proporciona menos efeitos colaterais. Com o novo protocolo, o Ministério amplia o tratamento a todos os pacientes, permitindo inclusive alternativas para aqueles que não tiverem obtido a resposta virológica em tratamentos anteriores.

O protocolo também traz novas indicações de tratamento, como nos casos de coinfecção hepatite B e C que serão priorizados, independente do grau de fibrose; ampliação do acesso aos pacientes com Hemoglobinopatias e outras anemias hemolíticas, hemofilia e outras coagulopatias hereditárias que acentuam a evolução da lesão hepática.

Outras novidades

O novo protocolo possibilita também o tratamento para casos recém-diagnosticados com doença hepática avançada. Antes era necessário que o paciente apresentasse duas cargas virais com intervalo de 6 meses para que comprovasse a hepatite crônica , independente do grau de fibrose. Outra novidade é a extensão do tratamento de 12 para 24 semanas para os casos de Genótipo 3 com cirrose. Isso se deu devido aos resultados insatisfatórios do tratamento de 12 semanas.

Também são indicados ao tratamento, pacientes F2 diagnosticado por elastografia há mais de 3 anos. Antes, o paciente portador de lesão hepática fibrose F2 tinha acesso ao tratamento caso apresentasse biópsia há mais de 3 anos. Atualmente o paciente que tiver o diagnóstico de F2 através da elastografia também terá acesso ao tratamento. Outra indicação contemplada no novo protocolo são os portadores de genótipo 5 e 6. Não havia até 2015 – data do último protocolo – casos identificados do genótipo 5 e 6  no nosso Sistema de Gerenciamento de Ambiente Laboratorial (GAL).

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