Além de causar danos ambientais, o descarte irregular pode atrair animais em busca de alimentos, aumentando o risco de acidentes e colisões contra veículos. Foto: Artesp/Governo de SP

Os materiais descartados irregularmente oferecem riscos ao tráfego, à saúde pública e pode atrapalhar o escoamento da água da chuva, causando alagamentos

Em 2024, mais de 240 toneladas de resíduos foram recolhidas às margens das rodovias paulistas concedidas, segundo levantamento realizado pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) junto a 15 concessionárias. Os materiais são descartados por motoristas e moradores lindeiros da malha viária e incluem, principalmente, papelão, plástico, latas de alumínio, móveis velhos, ressolagem de pneu e restos de construção civil.

Além de causar danos ambientais, o descarte irregular pode atrair animais em busca de alimentos, aumentando o risco de acidentes e colisões contra veículos. Outro problema é o entupimento das galerias pluviais, resultado em alagamentos e danos às estruturas rodoviárias. O lixo acumulado também cria barreiras ao tráfego nas rodovias. Dados do Centro de Controle de Informações da Artesp mostram que, no ano passado, 1.059 acidentes foram causados em decorrência de objetos na rodovia, enquanto outros 97 ocorreram devido a objetos lançados por terceiros.

O perigo das bitucas

Durante o período de estiagem, as bitucas de cigarro jogadas dos veículos oferecem um risco adicional, pois podem iniciar incêndios que se espalham rapidamente, ameaçando a segurança dos motoristas e da fauna local. A Lei 5.231 do Código Brasileiro de Trânsito prevê que “atirar do veículo ou abandonar na via pública objetos, ou substâncias” é crime com multa prevista de R$ 130,16 mais perda de quatro pontos na Carteira Nacional de Trânsito (infração média). Os resíduos são recolhidos e encaminhados a aterros sanitários, usinas de reciclagem e programas próprios de reutilização.