Secretário de Mobilidade Urbana, José Maria Chiossi, na central de monitoramento que funciona no seu departamento

Adriel Arvolea

Secretário de Mobilidade Urbana, José Maria Chiossi, na central de monitoramento que funciona no seu departamento
Secretário de Mobilidade Urbana, José Maria Chiossi, na central de monitoramento que funciona no seu departamento

Levantamento da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Sistema Viário demonstra a redução mês a mês no número de acidentes de trânsito em Rio Claro. Os índices mais significativos foram registrados nos meses de março, abril, julho e agosto de 2014, a partir da entrada em operação do sistema de fiscalização eletrônica no município, que conta com radares e lombadas eletrônicas.

Entre janeiro e agosto, redução de 20% em média no número de acidentes de trânsito. Entrevistado do Café JC deste domingo, o secretário da pasta, José Maria Chiossi, em conversa com os repórteres Adriel Arvolea e Carla Hummel, comenta sobre os avanços no setor e outras intervenções viárias.

Jornal Cidade – Após a implantação de radares móveis e fixos nas principais vias de Rio Claro, quais foram os resultados alcançados no trânsito?

José Maria Chiossi – Hoje, com todo o sistema de radares implantado, Rio Claro conta com um total de 27 pontos fixos de fiscalização eletrônica. São seis lombadas eletrônicas, nove radares fixos de controle de velocidade e 12 radares que detectam avanço de sinal vermelho e velocidade dos veículos. Além disso, o município possui três radares móveis, que são deslocados para diversos locais. Entre janeiro e agosto de 2014, houve redução de 20% em média no número de acidentes de trânsito, em comparação com o mesmo período de 2013. Vale ressaltar que, nesse mesmo período, a frota de veículos automotores em Rio Claro teve acréscimo de 10% em relação ao número de veículos do ano passado.

JC – Quando da implantação dos radares, houve críticas por parte da população, que associa o equipamento à ‘indústria da multa’. Com esses resultados, qual tem sido a resposta da comunidade?

José Maria Chiossi – A ‘indústria da multa’ precisa de matéria-prima, que é a multa. Se não tiver infração, não tem multa. É um discurso antigo, radar é impessoal, não sabe quem sou eu, você ou qualquer outra pessoa. Se você obedecer à velocidade da pista, não será multado. Na prática, temos observado redução mês a mês no número de acidentes de trânsito.

JC – O radar se mostra como única ferramenta para disciplinar o trânsito/motorista?

José Maria Chiossi – Não é suficiente só radar. É preciso agente de mobilidade para orientar o trânsito, a fim de reduzir, ainda mais, o número de acidentes e incidentes.

JC – Em 2011, foi aberto concurso público para contratação de 40 agentes em Rio Claro. Até o momento, nenhum foi convocado. Há algum movimento neste sentido?

José Maria Chiossi – Em dezembro de 2014, fizemos a avaliação deste concurso, se chamamos os aprovados ou realizamos um novo, porque não sei ao certo a situação do mesmo. Em janeiro ainda, devo me reunir com o secretário de Administração para discutirmos o caso.

JC – O agente de trânsito seria responsável por quais atribuições?

José Maria Chiossi – Estamos preocupados com a organização e cumprimento das leis de trânsito, e não em multar. Desta forma, o agente é quem vê tudo o que se passa na rua, seja para orientar, fiscalizar e agir conforme a lei de trânsito. No momento, a Guarda Civil e a Polícia Militar auxiliam nesta tarefa, mas, em função de outras atribuições, o trânsito fica em segundo plano.

JC – Rio Claro teve acréscimo em relação ao número de veículos no ano passado. Qual é a projeção da frota municipal?

José Maria Chiossi – Em 2014, foram registrados 163.145 veículos que compõem a frota municipal. Com relação a 2013, acréscimo de 8% – número abaixo da média histórica de 12%. Mesmo assim, os acidentes tiveram queda de 20% no período 2013-2014. Até 2015, se continuarmos nesse ritmo, serão 170 mil veículos. Um número alto para a estrutura viária da cidade.

JC – Motoristas reclamam do limite de velocidade de 30 km/h em frente às escolas, bem como sua vigência mesmo na madrugada. Qual a orientação neste sentido?

José Maria Chiossi – Em frente às escolas, têm crianças, adolescentes e jovens. É 30 km/h e fim. Além disso, mesmo que não haja sinalização, o motorista deve reduzir a velocidade nessas áreas. Nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito esclarece que, se há fiscalização em frente a uma escola, o motorista preciso demonstrar ao agente que diminuiu a velocidade. Caso contrário, será multado. Outro ponto é que não posso permitir 30 km/h de dia e, à noite, aumentar o limite. Ou seja, não é viável ter duas velocidades na mesma via.

JC – A malha viária não acompanha o crescimento da frota. Como desafogar o trânsito na área central, permitindo fluidez ao tráfego?

José Maria Chiossi – Estamos diminuindo gradativamente o estacionamento dos dois lados das vias na área central. Onde não é Área Azul, mexemos. Onde está implantada, não podemos alterar. Só após término do contrato entre prefeitura e empresa a situação será revista.

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