Antonio Archangelo

Concessionárias afirmaram que corte na distribuição de energia foi ordenado pela ONS (Foto: Marcos Santos / USP Imagens)
Concessionárias afirmaram que corte na distribuição de energia foi ordenado pela ONS (Foto: Marcos Santos / USP Imagens)

Por cerca de 45 minutos, cinco mil clientes de Rio Claro ficaram sem receber energia elétrica por determinação do Operador Nacional do Sistema (ONS). O “apagão” atingiu consumidores da Grande São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Brasília e Minas Gerais.

De acordo com a distribuidora de energia Elektro, “o Operador Nacional do Sistema Elétrico determinou às distribuidoras a interrupção do fornecimento de energia. Para a Elektro, o corte foi em torno de 6% da carga consumida, 200 MW.

Em Rio Claro, a interrupção atingiu parte da cidade e teve início às 15h. O retorno do fornecimento só foi concluído após determinação do ONS, às 15h45”, afirmou em nota encaminhada ao Jornal Cidade. “Na área de concessão da Elektro (228 municípios) foram 198 mil clientes afetados (8%). A interrupção foi parcial em 79 cidades e durou 45 minutos. Em Rio Claro foram 5 mil clientes”, conclui a Elektro.

Em nota, a ONS citou que no dia 19 de janeiro, a partir das 14h55, mesmo com folga de geração no Sistema Interligado Nacional (SIN), restrições na transferência de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, aliadas à elevação da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica.

Na sequência, ocorreu a perda de unidades geradoras nas usinas Angra I, Volta Grande, Amador Aguiar II, Sá Carvalho, Guilman Amorim, Canoas II, Viana e Linhares (Sudeste); Cana Brava e São Salvador (Centro-Oeste); Governador Ney Braga (Sul), totalizando 2.200 MW.

“Com isso, a frequência elétrica caiu a valores da ordem de 59 Hz, quando o normal é 60 Hz. Visando restabelecer a frequência elétrica às suas condições normais, o ONS adotou medidas operativas em conjunto com os agentes distribuidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, impactando menos de 5% da carga do sistema. A partir das 15h45, a situação foi totalmente normalizada. Amanhã, dia 20 de janeiro de 2015, às 14h30, no Rio de Janeiro, o ONS se reunirá com os agentes envolvidos para analisar a ocorrência”, citou.

CRISE HÍDRICA

A grave crise hídrica que atinge a Região Sudeste, sobretudo o Estado de São Paulo, vem contabilizando prejuízos na geração de energia elétrica, predominantemente hidrelétrica. No início do mês, os consumidores receberam suas contas com a bandeira vermelha, que vale para os quatro subsistemas do Sistema Interligado Nacional, o que significa um acréscimo de R$ 3 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, exceto para os estados do Amazonas, Amapá e de Roraima.

O novo modelo de cobrança tenta custear a produção de energia das termoelétricas. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a mudança não vai implicar custos adicionais para os consumidores. Porque, atualmente, o gasto que as distribuidoras têm com a compra de energia originária das termelétricas, que tem um custo maior do que a gerada pelas usinas hidrelétricas, já é repassado, uma vez por ano, para as contas de luz. Isso sempre ocorre no momento em que a Aneel calcula o reajuste das tarifas de cada distribuidora.

Com o sistema de bandeiras tarifárias, os consumidores pagam mensalmente o custo extra do uso de energia térmica, e a receita que as distribuidoras tiverem com o pagamento será descontada na hora de calcular o reajuste tarifário de cada empresa.

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