Edson Rocha Cupido, 64, trabalha no empório de um supermercado em Rio Claro desde 2012; renda das pessoas com 60 anos ou mais chega a R$ 446 bilhões

Fabíola Cunha

Edson Rocha Cupido, 64, trabalha no empório de um supermercado em Rio Claro desde 2012; renda das pessoas com 60 anos ou mais chega a R$ 446 bilhões
Edson Rocha Cupido, 64, trabalha no empório de um supermercado em Rio Claro desde 2012; renda das pessoas com 60 anos ou mais chega a R$ 446 bilhões

Os idosos são hoje no país 26,3 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa 13% da população. A expectativa é de que esse percentual aumente e que em 2060 chegue a 34%, segundo previsão do próprio IBGE. Segundo o instituto, a esperança de vida em 2000 era de 69 anos, em 2014 saltou para 75 e a projeção para 2060 é 81 anos.

Em outra pesquisa, intitulada Panorama dos Idosos no Brasil, do Data Popular em parceria com o Instituto Opinião, é demonstrado que a renda dos brasileiros com 60 anos ou mais atingiu R$ 446 bilhões em 2013, o que corresponde a 21% da renda total da população brasileira.

Todos esses dados, previsões e constatações apontam para o fato de que a população acima dos 60 anos está cada mais participativa e relevante para a economia nacional. Isso inclui aqueles que, por diversos motivos, retornam ao trabalho após a aposentadoria.

Natural de Porto Ferreira e morador do bairro São Benedito, em Rio Claro, Edson Rocha Cupido aposentou-se aos 55 anos como funcionário da indústria química. Algum tempo depois, decidiu retornar ao trabalho, devido à defasagem da aposentadoria: “A renda foi caindo, para o aposentado o reajuste é metade do que para quem está na ativa, aí já viu, né?”, explica.

Hoje, aos 64 anos, ele trabalha no empório de um supermercado e acredita que o trabalho também tem seu lado positivo, de manter-se ativo, em movimento: “A partir do momento em que você trabalha, você está sendo útil”, avalia.

Cenário

Encontrar um emprego e retornar ao mercado de trabalho é realidade para muitos idosos, mas estudo divulgado no último dia 1º de outubro pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que pelo menos 48% das pessoas em todo o mundo, com idade para se aposentar, não recebem nenhum tipo de benefício, enquanto 52% que têm acesso a algum provento não recebem o valor adequado.

No Brasil, os dados indicam que 86,3% das pessoas com idade para se aposentar recebem algum tipo de benefício.

A instituição alerta que a maior parte dos homens e mulheres idosos, em todo o planeta, não tem renda garantida ou direito à aposentadoria e precisa continuar trabalhando como pode, geralmente recebendo pouco e em situações precárias. Setecentos milhões de pessoas no mundo têm 60 anos de idade ou mais e o número pode dobrar até 2030, segundo dados das Nações Unidas.

O estudo mostra que, nos últimos anos, muitos países de média e baixa renda expandiram consideravelmente a cobertura previdenciária com a concessão de pensões sociais financiadas por impostos. O levantamento foi feito em 178 países e aponta que mais de 45 deles alcançaram cobertura previdenciária de 90%.

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