Fundação Florestal publicou em 22 de outubro uma portaria normativa que regulamenta a prática de observação de primatas (monkey watching) em áreas protegidas. A atividade, assim como o ecoturismo, é de grande relevância para a estratégia de conservação da biodiversidade e para o desenvolvimento regional, ao se tornar uma oportunidade para as comunidades locais de participar e de receber benefícios advindos dessas práticas.

Na África e em parte da Ásia, a observação de primatas de grande porte, como gorilas e chimpanzés, é bem consolidada e atrai observadores de toda parte. Como atividade econômica regulamentada, o monkey watching movimenta a economia local, gerando recursos para as comunidades. Além disso, a prática ordenada de observação de primatas é responsável, em grande parte, pela conservação dessas espécies.

No estado de São Paulo, ocorrem dez espécies de primatas, sendo o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides) o maior da América e uma das mais procuradas por primatologistas e interessados na prática da observação. Ele é endêmico da Mata Atlântica e está criticamente ameaçado de extinção, segundo dados da International Union for Conservation of Nature 2019 (IUCN).

Turismo receptivo

No Parque Estadual Carlos Botelho, onde a atividade já ocorre, a normatização   contribui para criar novas possibilidades para a geração de renda tanto para a manutenção da unidade de conservação quanto para as comunidades do entorno, que podem se beneficiar com o turismo receptivo.

“A portaria traz segurança para o desenvolvimento da atividade, gerando oportunidade de renda para a população, mas, principalmente para garantir a integridade comportamental e ecológica dos primatas do estado de São Paulo”, destacou o gerente da Fundação Florestal, Edson Montilha.

Além muriqui-do-sul, outras espécies de primatas como bugio, macaco-prego e mico-leão-preto podem ser avistadas na natureza em diversas unidades de conservação paulistas.

De acordo com Pietro Scarascia, gestor do Parque Estadual Carlos Botelho, a portaria normativa foi desenvolvida de forma participativa, envolvendo desde monitores ambientais a especialistas e pesquisadores de primatas, incluindo empresas que operam a atividade, técnicos e gestores da Fundação.

Os interessados devem consultar, pela internet, o Guia de Observação de Primatas de São Paulo, um manual prático e conciso no qual é possível identificar espécies e a ocorrência em alguns parques paulistas.

O acesso ao texto completo da Portaria Normativa FF/DE nº 324/2020 também pode ser feito pela internet.

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