Guardem este nome: Ashilleyy Extravaganzza. A artista de 26 anos de idade, natural de Osasco mas que reside há seis anos em Rio Claro, é uma das participantes do mais novo reality show Queens Stars Brasil, veiculado no Brasil e internacionalmente para assinantes da plataforma de streaming HBO Max. O programa de competição já é um sucesso e reúne 20 drag queens em busca do estrelato em um trio que ganhará cada uma R$ 100 mil e um contrato para a gravação de um EP com a Universal Music.

Já conhecida do público rio-clarense e da região, já que integra o grupo Manxs, com outras amigas também drag queens que cantam e dançam, Ashilleyy se inscreveu nas seletivas da Endemol Shine Brasil, a mesma produtora proprietária de Big Brother Brasil, MasterChef Brasil, The Masked Singer Brasil, entre outros realities de sucesso, e após diversas etapas conseguiu uma vaga no elenco.

O programa está movimentando a cena musical LGBTQIAP+ do país e conta com uma bancada de jurados profissionais, com Thiago Abravanel, Diego Timbó e Vanessa da Mata, além de ser comandado e apresentado por Luísa Sonza e Pabllo Vittar. Ao Jornal Cidade, Ashilleyy conta sobre sua carreira e a competição, incluindo a importância da arte drag queen para a cultura.

Para os leigos, do que se trata a arte drag queen?

Arte drag pra mim é dar vida a uma persona que traz à tona toda a sua potencialidade como artista, pois foi assim comigo! A arte Drag é criar um personagem, geralmente de um gênero oposto ao seu, usado para performance e entreter o público, com canto, dança, dublagem e afins. Vale lembrar que ela é uma expressão artística, assim como pintar um quadro, encenar uma peça ou cantar uma música. Drag é para todos!

Que mensagem sua drag queen pretende passar para a sociedade?

Quero mostrar que não importa a sua imagem e estética (se você é magra, gorda, gótica, rockeira, freira ou seja lá qual for o adjetivo ou estereótipo), o importante é ser um alívio para esse mundo que está muito complicado!

Quais os maiores desafios do programa?

O maior desafio foi aguentar a pressão, a responsabilidade da competição e a correria das gravações e ainda estar bonita (risos).

Diante da exposição nacional, já está sentindo sua carreira crescer?

Sim, mas por enquanto só cresceram os números no Instagram, agora só falta o dinheiro na conta. Falando nisso segue o Pix… (risos) brincadeiras à parte, essa questão de crescer é muito relativa, pois a fama está nos olhos de quem vê. Existem artistas muito grandes que não fazem o que os artistas locais fazem, assim como há artistas que são muito visibilizados por questões de gêneros, raça, condições financeiras, estéticas entre outras questões, que por não se enquadrarem no que espera o mercado mainstream não conseguem se consolidar enquanto profissional da arte com devida remuneração financeira que merecem, às vezes nunca nem têm a oportunidade de mostrarem o seu trabalho. Por isso já aproveito e digo, valorizem os artistas da sua cidade, ainda mais aqueles que são seus amigos com o mesmo empenho que vocês valorizam os artistas internacionais e nem fazem noção que você existe.

Você faz parte do grupo Manxs, em Rio Claro. Quais os planos do grupo?

Estamos focadas na produção do nosso álbum que deve sair no fim deste ano com 11 músicas inéditas e autorais, sendo que uma delas no mês de maio já estará em todas as plataformas digitais junto de um videoclipe babadeiro. Já minha trajetória, muito em breve, Ashilleyy, eu mesma a primeira de meu nome, vai entregar coisinhas que irão surpreender todo mundo, como single e clipe solo, o restante não posso falar porque a multa do contrato é muito cara, não dou conta de pagar… ainda (risos).

Quem é Ashilleyy fora da personagem e o que os fãs ainda não sabem sobre sua vida fora da vida artística?

Que eu sou belíssima dentro e fora da personagem, isso todo mundo já sabe, mas para quem não me conhece de perto, eu sou uma pessoa de gênero Não-Binário, sou professora de Ciências e Biologia, professora de canto, toco flauta transversal e alguns outros instrumentos de sopro, assim como violão. Tenho formação técnica em canto, música, aprimoramento em dança, realizo trabalhos como produtora cultural e ainda e apesar de tudo isso, também pobre! Enfim, a arte está presente no meu dia a dia, faz parte de mim e de quem eu sou.

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