Sem os devidos cuidados, a diversão pode terminar com ferimentos (Imagem: reprodução)

Wagner Gonçalves

Sem os devidos cuidados, a diversão pode terminar com ferimentos (Imagem: reprodução)
Sem os devidos cuidados, a diversão pode terminar com ferimentos (Imagem: reprodução)

Com o Brasil classificado para a próxima fase da Copa do Mundo, estima-se que o comércio de rojões e fogos de artifício continue aquecido para atender à demanda dos torcedores que desejam comemorar os gols e vitórias. No entanto, algumas recomendações de segurança devem ser ressaltadas, tendo em vista o perigo ao manuseá-los, de modo a evitar queimaduras e ferimentos graves.

Conforme destaca o coordenador cirúrgico do Grupo de Queimados do Hospital Servidor Público, Carlos Alberto Mattar, as queimaduras por fogos de artifício são extremamente graves e quase sempre são acompanhadas de amputações.

Os rojões contêm pólvoras e, ao explodirem inadvertidamente, afetam principalmente as mãos e o rosto e acarretam em grandes cirurgias. “Os pacientes já chegam muito traumáticos, por causa da explosão. É a mesma coisa que uma guerra, é o mesmo tipo de trauma que você vê. Em menor nível, mas basicamente isso”, explica Mattar.

Para utilizá-los sem riscos, é aconselhável que os amarrem em cabos de vassoura para manter a distância das mãos e do rosto; afastar as crianças e em hipótese alguma deixá-las manusear; e isolar a área se for um grande evento.

“Há pessoas que seguram o rojão com a boca para riscar o palito de fósforo. Muitas vezes não se sabe a origem daquele rojão, como ele foi fabricado e acaba explodindo. Todo cuidado é pouco. Acidente não escolhe, ele acontece para a pessoa menos precavida”, diz.

Atendimento médico

Caso ocorra qualquer tipo de queimadura, é necessário cobrir a área com um pano limpo e umedecido com água fria. O corpo humano possui bactérias e, quando há um trauma na pele, elas acabam agredindo o próprio corpo. Para diminuir o risco de infecção, é preciso isolar o membro com pano molhado e ir para o hospital. As queimaduras estão entre as maiores causas de morte por trauma no mundo.

“É importante lembrar que bombinhas e fogos de artifício não são brinquedos e podem causar queimaduras”, afirma a cirurgiã plástica Andrea Fernandes de Oliveira, coordenadora da Unidade de Tratamento de Queimaduras do Hospital São Paulo, unidade vinculada à Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM).

Procurar ajuda médica é sempre recomendado, mas o que fazer antes disso? “O mais importante é lavar a região queimada com água fria (com temperatura ambiente), proteger a área com um lençol ou tecido limpo e sempre levar o paciente ao pronto-socorro. Em casos graves, solicitar o auxílio dos bombeiros ou do serviço de emergência (SAMU) para locomover a vítima”, explica a cirurgiã.

Dependendo da área atingida, um cuidado necessário é retirar acessórios, como pulseiras e anéis, pois o corpo incha naturalmente após uma queimadura e esses objetos podem ficar presos. “Nunca aplicar nada na pele imediatamente após a queimadura, como manteiga, café ou pasta de dente. Isso pode agravar a lesão”, destacou. Essas recomendações são válidas ainda para acidentes que resultem em queimaduras térmicas.

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