Fabíola Cunha

Sem causa totalmente esclarecida, a enxaqueca acompanha a pessoa pela vida; doença não deve ser confundida com cefaleia, nome dado a dores comuns
Sem causa totalmente esclarecida, a enxaqueca acompanha a pessoa pela vida; doença não deve ser confundida com cefaleia, nome dado a dores comuns

Uma dor latejante e pulsátil, geralmente em um lado da cabeça, de intensidade moderada a forte, acompanhada por náusea e vômitos, hipersensibilidade à luz, aos sons e a certos odores, que se mantém de quatro a 72 horas e piora com o movimento. Esse cenário de pesadelo é uma descrição da enxaqueca, segundo tipo mais comum de dor de cabeça, entre os 150 existentes.

Em cerca de 15% dos casos, a crise é precedida ou acompanhada por uma aura premonitória, cuja principal característica é o embaçamento da visão ou a presença de pontos luminosos e manchas escuras nos períodos que precedem as crises dolorosas. Mulheres que sofrem desse tipo de enxaqueca, fumam e fazem uso de anticoncepcionais devem se atentar para o alto risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Sem causa totalmente esclarecida, a enxaqueca acompanha a pessoa pela vida: “Enxaqueca não tem cura, pois ela é uma doença neurológica hereditária”, explica a neurologista Elisabete Burigo. O tratamento, ela explica, divide-se entre farmacológico, com medicamentos betabloqueadores, antidepressivos, bloqueadores dos canais de cálcio e antiepilépticos, além de compressa fria e compressão da artéria temporal superficial, grande vaso que passa pela região da têmpora.

Mas é no cotidiano que a prevenção de novas crises vai acontecer, como explica a médica, é preciso “manter ciclo regular de sono, atividade física regular, horário constante para as refeições, evitar alimentos que seguramente desencadeiam crises, limitar cafeína e uso de analgésicos, medidas controladoras do estresse”, explica. No mundo é estimado que 20% da população feminina seja atingida pela doença, enquanto entre os homens, de 5% a 10% da população sofra com isso.

Para desencadear uma crise, fatores que aparecem como preponderantes são jejum prolongado, estresse, insônia, chocolate, queijos fortes, embutidos, consumo excessivo de café e de bebidas alcoólicas como o vinho, fumo, alterações hormonais, perfumes e o açúcar. Enxaqueca não deve ser confundida com cefaleia, que é termo para designar outros tipos de dor de cabeça.

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.