Consultório do SEPA fica na esquina da Av. 19 com a Rua 10, na região do Consolação (Imagem: divulgação/Fotos Públicas)

Estima-se que 866 mil pessoas vivem com o HIV no Brasil. De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV e Aids divulgado no fim do ano passado, a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção de casos de Aids em torno de 18,3 casos a cada 100 mil habitantes, em 2017. Isso representa 40,9 mil casos novos, em média, nos últimos cinco anos.

A partir de levantamento realizado pela Vigilância Epidemiológica de Rio Claro, o Jornal Cidade traz um panorama da doença no município, bem como orientação sobre tratamento oferecido na rede municipal de saúde aos pacientes infectados ou àqueles que venham a ser expostos ao vírus. Confira os detalhes!

Jornal Cidade – De janeiro até o momento, quantos casos de HIV já foram notificados no município?

Vigilância Epidemiológica – De janeiro até agora houve notificação de 26 casos ao Sepa (Serviço Especializado em Prevenção e Assistência para IST/Aids/Hepatites Virais SAE/CTA).

JC – Deste total, enumerá-los por gênero e faixa etária:

Vigilância Epidemiológica – Dos 26 casos, 20 são homens e seis são mulheres. Os casos foram registrados nas seguintes faixas etárias: 0 a 19 anos (0 caso), 20 a 30 anos (8), 31 a 40 anos (10), 41 a 50 anos (5), 51 a 60 anos (2) e 61 anos ou mais (1).

JC – Quantos indivíduos infectados são acompanhados pela Vigilância desde o início dos trabalhos?

Vigilância Epidemiológica – Entre 1990 e 2019, foram acompanhados, aproximadamente, 1.676 usuários.

JC – Deste total, qual a estatística por gênero e faixa etária?

Vigilância Epidemiológica – São 1.184 homens e 492 mulheres, nas seguintes faixas etárias: 0-19 anos (66 casos), 20-30 anos (243), 31-40 anos (615), 41-50 anos (549), 51-60 anos (176) e 61 anos ou mais (27).

JC – Ao longo dos anos, qual faixa etária tem apresentado maior taxa de crescimento?

Vigilância Epidemiológica – A faixa dos 31 a 40 anos.

JC – Quais são as principais formas de contágio desses pacientes?

Vigilância Epidemiológica – A principal forma de contágio é a relação sexual sem o uso do preservativo.

JC – Quantos pacientes estão em tratamento no momento?

Vigilância Epidemiológica – No momento, o Sepa conta com, aproximadamente, 430 usuários nessa especificidade.

JC – Em caso de infecção ou situação de risco, qual é o procedimento em busca de orientação e ajuda médica?

Vigilância Epidemiológica – A pessoa deve procurar imediatamente o Sepa ou as unidades de emergência do município (UPA 29 ou UPA Cervezão) para receber orientações e iniciar o uso de Profilaxia Pós-Exposição de Risco (PEP) quando necessária.

JC – De que forma esse tratamento é disponibilizado aos soropositivos?

Vigilância Epidemiológica – A Secretaria Municipal de Saúde disponibiliza o serviço especializado Sepa que atende os usuários portadores do vírus HIV. O Sepa conta com equipe multiprofissional especializada: médicos infectologistas, ginecologista, pediatra, dentista, auxiliar de saúde bucal, farmacêutica, enfermeira, técnicos de enfermagem, assistente social e psicólogo.

Saiba mais sobre o HIV

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

Ter o HIV não é a mesma coisa que ter Aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença, mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.

Os primeiros medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980. Eles agem inibindo a multiplicação do HIV no organismo e, consequentemente, evitam o enfraquecimento do sistema imunológico.

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