Foto: Rafael Ribeiro/Divulgação CBF

(UOL/FOLHAPRESS) –

Após seis anos sob o comando de Tite, a seleção brasileira terá um novo treinador nos próximos meses. Tite oficializou o fim da passagem que já estava anunciado desde janeiro logo após a eliminação para a Croácia nas quartas de final da Copa do Mundo, nesta sexta-feira (9), no Qatar.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não descarta a decisão inédita de contratar um estrangeiro para treinar a seleção para o ciclo do Mundial de 2026, mas ainda não há nomes em negociação ou no radar graças à uma promessa feita por Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade, a Tite: pensar na sucessão só depois desta Copa.
Foi um acordo costurado nos bastidores entre Ednaldo e Tite, intermediado pelo coordenador da seleção, Juninho Paulista, que determinou a decisão de não abrir conversas com outros treinadores ou empresários de outros profissionais antes do fim da competição no Qatar. Tite temia que isso pudesse atrapalhar o trabalho dele e da comissão técnica. O presidente da CBF concordou com a preocupação e orientou até mesmo vice-presidentes e dirigentes ligados à presidência a não começar as buscas.
Ednaldo, inclusive, tem o perfil mais centralizador em relação às decisões importantes da CBF e deve liderar o processo de sucessão de Tite. Há possibilidade de o próprio Juninho Paulista deixar o cargo em 2023 e a seleção ter que buscar um coordenador e um treinador, como aconteceu em 2016. Nos bastidores, uma hipótese é a volta de Andrés Sanchez à função — ele já foi diretor de seleções da entidade entre 2011 a 2012.
Para o cargo de técnico, o presidente da CBF não tem especial identificação com algum treinador brasileiro e cogita a possibilidade de investir num nome estrangeiro, segundo apurou o UOL Esporte.
O colunista do UOL Juca Kfouri também informou em setembro que a “CBF vai em busca de um grande nome fora do Brasil”.
Pep Guardiola foi procurado recentemente pela CBF, mas numa configuração de diretoria anterior à atual –Ednaldo Rodrigues foi eleito em março. Antes da eleição, um então vice-presidente da CBF procurou um empresário espanhol para saber quanto custaria a contratação do treinador. O número de 15 milhões de euros (cerca de R$ 82 milhões na cotação atual) por temporada assustou a cúpula e os contatos não se intensificaram. Depois, veio o combinado com Tite para o assunto não ser movimentado.
Apesar disso, a CBF está evidentemente atenta aos trabalhos vencedores no país nos últimos anos, inclusive de estrangeiros. Abel Ferreira (português, no Palmeiras desde outubro de 2020), Jorge Jesus (português, ex-Flamengo, hoje no Fenerbahçe) e Jorge Sampaoli (argentino, ex-Santos e Atlético-MG, hoje no Sevilla) são algumas alternativas.
Entre brasileiros, Dorival Júnior (sem clube) e Fernando Diniz (Fluminense) já foram cotados. Tite, inclusive, disse que gostaria de um sucessor brasileiro no comando da seleção. “São profissionais identificados com a cultura do país. É minha posição. Mas não me sinto confortável para indicar nomes”, afirmou, em setembro.
A seleção brasileira já tem agenda para 2023. A primeira data Fifa para rodadas de Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 está prevista para o período entre 20 de março e 2 de abril. O período é curto porque a Copa 2022 foi seis meses depois do calendário normal em razão do clima no Qatar. Portanto, a decisão sobre o novo técnico da seleção não deve demorar.
Tite levará consigo toda ou boa parte da atual comissão técnica, formada por Cleber Xavier, Matheus Bachi e César Sampaio (auxiliares), Thomaz Araújo e Bruno Baquete (analistas de desempenho) e Fábio Mahseredjian (preparador físico).
Tite foi anunciado como sucessor de Dunga na seleção brasileira em junho de 2016. Ele conquistou a Copa América de 2019, foi vice em 2021 e conduziu campanhas arrasadoras nas duas Eliminatórias de Copa do Mundo. No Mundial da Rússia, caiu para a Bélgica, nas quartas de final, e agora para a Croácia, nos pênaltis, na mesma fase.

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