Meio século de história. A Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Rio Claro completa 50 anos neste domingo (21). Em comemoração à data, a entidade terá uma programação especial. Para falar sobre o assunto e o trabalho realizado pela entidade, os jornalistas Adriel Arvolea e Ednéia Silva entrevistam Ruy Philadelpho Machado Filho, presidente da Apae, e Sônia Maria Bastos Buchdid, diretora geral da instituição.

Ednéia Silva

Meio século de história. A Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Rio Claro completa 50 anos neste domingo (28). Em comemoração à data, a entidade terá uma programação especial. Para falar sobre o assunto e o trabalho realizado pela entidade, os jornalistas Adriel Arvolea e Ednéia Silva entrevistam Ruy Philadelpho Machado Filho, presidente da Apae, e Sônia Maria Bastos Buchdid, diretora geral da instituição
Meio século de história. A Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Rio Claro completa 50 anos neste domingo (28). Em comemoração à data, a entidade terá uma programação especial. Para falar sobre o assunto e o trabalho realizado pela entidade, os jornalistas Adriel Arvolea e Ednéia Silva entrevistam Ruy Philadelpho Machado Filho, presidente da Apae, e Sônia Maria Bastos Buchdid, diretora geral da instituição

Meio século de história, a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Rio Claro completa 50 anos no dia 28 de setembro. Em comemoração à data, a entidade terá uma programação especial. Para falar sobre o assunto e o trabalho realizado pela entidade, os jornalistas Adriel Arvolea e Ednéia Silva entrevistam Ruy Philadelpho Machado Filho, presidente da Apae, e Sônia Maria Bastos Buchdid, diretora-geral da instituição.

Jornal Cidade – A Apae completa 50 anos. O que mudou nesse período?

Sônia Buchdid – A Apae foi criada em resposta ao anseio de pais e amigos de pessoas com deficiência. A entidade não tinha sede própria e, para funcionar, contou com o apoio do Instituto Allan Kardec e da Udam (União de Amigos do Menor). Com o tempo, recursos foram mobilizados para a construção dos primeiros prédios na segunda década de existência da instituição. Ao longo dos anos, esse prédios foram sendo ampliados, conforme a necessidade.

JC – E com relação à proposta pedagógica?

Sônia – No início, a proposta era de oferecer oficinas pedagógicas para os alunos. A escola da Apae foi criada nos anos 1980. Depois, o atendimento complementar com fonoaudiólogos, fisioterapeutas, assistentes sociais, entre outros profissionais, foi sendo sendo implementado. Hoje, a Apae atende 286 pessoas, sendo 246 na escola. A Apae de hoje é diferente daquela do início, com estrutura dividida em quatro áreas: gestão, saúde, educação e assistência.

JC – Qual a faixa etária de atendimento?

Ruy Philadelpho Machado Filho – Temos alunos de dois meses a 70 anos com deficiência intelectual, múltipla e transtorno global do desenvolvimento. Às vezes, até mesmo antes de nascer, quando são informados de que o bebê tem alguma deficiência, os pais nos procuram em busca de orientação. A escola atende crianças acima de seis anos. Abaixo disso, a criança é encaminhada para os serviços públicos de saúde ou assistência.

JC – Como é feito o diagnóstico das deficiências na entidade?

Sônia – Existe todo um procedimento multidisciplinar para se diagnosticar a deficiência, se ela é intelectual, moderada, leve ou grave. O laudo conjunto é feito por psicólogo e neurologista do núcleo de diagnóstico. Hoje, esse serviço realizado pela Apae não atende somente o público interno, mas também o externo de Rio Claro e cidades da região, como Ipeúna e Corumbataí. O núcleo que atendia apenas matrículas da Apae hoje atende encaminhamentos vindos das redes públicas de ensino e assistência e até mesmo da Justiça. A gente vai ampliando conforme a demanda. Em dois anos, o núcleo de diagnóstico fez 1.547 avaliações de psicologia e 567 de neurologia.

JC – Como a Apae vê o processo de inclusão escolar do deficiente?

Sônia – Ninguém enquanto espécie humana pode ser contra a inclusão. Nós somos a favor do processo de inclusão social, seja na família ou na escola. Vejo que a escola avançou bastante, mas os deficientes ainda estão excluídos. Mas eu pergunto: a sociedade não é excludente? Um modelo de escola inclusiva não é esse competitivo, que forma cidadãos para o vestibular e não para a vida. Mas isso não significa que devemos regredir. Devemos sim discutir e resolver o problema, avançar para atingir uma sociedade de fato inclusiva.

JC – Como fica a Apae nesse processo de inclusão?

Sônia – A Apae vai caminhar para outra situação. Hoje, ela substitui o atendimento escolar para alunos até 15 anos. Acredito que, no futuro, a entidade passará a oferecer atendimento especializado no contraturno das escolas.

Ruy – Além da questão complementar, um projeto para o futuro é o atendimento aos idosos com deficiência. Acreditamos que será preciso criar uma casa, um centro de convivência, para abrigar essas pessoas que perderam pais e familiares próximos. Em algumas cidades, esse serviço já existe.

JC – As leis que reservam vagas no mercado de trabalho para deficientes estão sendo cumpridas?

Sônia – As cotas existem, mas não há trabalhadores suficientes para preencher essas vagas. A partir de 2015, a Apae vai receber subvenção para promover a educação para o trabalho. Os alunos saem do ensino fundamental e retornam para a Apae para cursar esses novos módulos. A cada módulo concluído, o deficiente recebe um certificado e é encaminhado para o trabalho. Vamos poder acolher também quem está fora da escola, dessa forma poderemos encaminhar mais gente para o mercado e minimizar a carência.

JC – Qual será a programação de aniversário?

Sônia/Ruy – A programação de aniversário será com apresentação do Tiro de Guerra seguida de homenagem à Apae e cerimônia de lançamento do selo dos 50 anos e do livro escrito pelos alunos com mensagens e depoimentos sobre suas percepções da Apae. Vamos inaugurar dois novos espaços: o Centro de Equoterapia “Emílio Beltrati”, grande idealizador da equoterapia em Rio Claro; e o Jardim de Interações “José Hartung”, ex-presidente da Apae. Depois, será realizada Casa Aberta com exposições de trabalhos e apresentações dos alunos.

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