O amor ao pavilhão que é passado de geração a geração nas escolas de samba rio-clarenses (Foto: Iuri Capretz)

Após seis anos, os desfiles das escolas de samba estão acontecendo neste final de semana em Rio Claro. Samuca, Grasifs, Uva e Casamba voltam a disputar o título do carnaval rio-clarense colocando na Avenida milhares de integrantes, entre eles várias gerações de famílias que vivem o dia a dia do seu pavilhão.

Na Uva, Jaqueline Peres conheceu o marido Danilo Guerra Peres, mestre de bateria da escola, e tiveram as filhas Heloisa e Manuela, que integram a Verde e Branca com muito amor ao pavilhão.

“O meu marido que hoje é mestre de bateria veio de São Paulo para Rio Claro e o pai dele falou sobre a Uva e começamos a frequentar, e ele passou a tocar na bateria enquanto eu só acompanhava. Eu engravidei da Heloisa e passei a ficar mais ativa, fui para harmonia dos carros das crianças, ajudava nas fantasias e carros alegóricos. Devido a gente morar fora, nos afastamos um pouco, mas há cinco anos veio o convite para o Danilo ser mestre de bateria, aí mergulhei junto com ele na bateria, assim como a Heloisa, e hoje faço parte da diretoria, além de ser ritmista também”, Jaqueline Luis.

“É uma paixão muito grande, eu comecei a tocar ganzá e hoje estou no agogô, que toco muito bem, eu acho, e faz vários anos que estou na escola e nos shows. Não é fácil ser filha do mestre, não posso faltar em nenhum ensaio, são vários instrumentos espalhados pela casa, fantasias na casa, fica uma loucura”, diz Heloisa Luis Peres.

Na Samuca, a ala musical ganhou há cinco anos um integrante especial. Gabriel da Cruz Pauletto, 14 anos, é filho de samuqueiros e desde pequeno frequenta a Azul e Branco integrando a família samuqueira.

“Meus pais estão desde antes de eu nascer na Samuca e eu nasci lá. Fiz muitas amizades e tem muita gente lá igual a mim, que nasceu com pais samuqueiros. Uma das minhas maiores amizades é de lá e os integrantes são minha família. Nervoso não fico mais de cantar na minha escola e nem nas coirmãs, mas na Avenida vou sentir pela primeira vez essa emoção”, diz Gabriel da Cruz Pauletto.

Na atual campeã, a Grasifs, Ekene Duarte, 12 anos, é um dos destaques da bateria tocando repinique. Pela primeira vez ela desfilará como ritmista da escola e traz no seu sangue o DNA da Voz do Morro.

“Minha mãe e irmão tocavam na bateria e eu achava muito bonito e com meu pai presidente eu tinha muito contato com a bateria e escola. Nisso eu ficava muito feliz e conversava com todos na escola. Aí meu primeiro contato com instrumento foi depois de um ensaio, quando comecei a tocar e falei pro meu tio, que é mestre de bateria, que eu gostaria de fazer parte da bateria. Daí com cinco anos comecei a tocar e estou muito feliz em desfilar pela primeira vez como ritmista, é surreal depois de tanto tempo sem o desfile retornar este ano”, diz Ekene Duarte.

Na A Casamba o carnaval será mais do que especial para Felipe Paes Passarelli e Mariana Medeiros Pinhatti. A porta-bandeira não levará o pavilhão na Avenida, mas por um motivo muito especial. Grávida de nove meses, ela aguarda a chegada de Leonardo, a mais nova geração da Amarelo e Branco.

“A gente começou a namorar em 2014 e ele já frequentava a escola, mas eu não ia com ele no começo. Aí após ele insistir comecei a ir nos ensaios, fui pra desfilar na ala, depois na bateria, fiz muitas amizades e decidi que queria algo diferente e resolvi ir para porta-bandeira. E para este carnaval temos um novo integrante que deve chegar no dia 3 março, o nosso filho Leonardo, que desde do início da gravidez fez parte dos ensaios, barracão e todos estão ansiosos esperando pelo mais novo casambeiro”, disse Mariana.

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