Em 2004, resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) extinguiu aproximadamente nove mil vagas de vereadores no Brasil

Favari Filho

Em 2004, resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) extinguiu aproximadamente nove mil vagas de vereadores no Brasil
Em 2004, resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) extinguiu aproximadamente nove mil vagas de vereadores no Brasil

Insegurança. Palavra que reflete o sentimento dos cidadãos rio-clarenses no momento em que a Câmara Municipal de Rio Claro aprova o aumento no número de vereadores na Casa de Leis. De um lado, tem a questão do aumento da representatividade que, partindo do princípio de que o vereador é um emissário popular, é fato que aumentaria a proporção entre representante/representado. Porém, de outro, existe a questão dos gastos – que pretendemos continuar abordando em matérias futuras – que repele o cidadão comum e também alguns setores da sociedade.

O prefeito Du Altimari, em recente entrevista ao Grupo JC, defendeu o aumento no número de cadeiras no legislativo e discorreu sobre a tomada de decisão do Legislativo. “Sou a favor do aumento da representação, mesmo porque Rio Claro já contou com dezenove vereadores”, lembrou o peemedebista. Altimari enfatizou ainda que, depois de aprovado o projeto pela Câmara, a “cidade vai recuperar algo que tinha perdido, ou seja, a representação”.

De acordo com o prefeito da Cidade Azul, a decisão do legislativo no que diz respeito ao tema acontece em boa hora, pois não acha justo que a chance de disputa ao cargo público fique restrita “somente a uma elite de vereadores”. Para Altimari, a cidade é formada por células e “quanto maior o número de pessoas representadas dentro da Câmara, mais fortalecida fica a democracia. Portanto, acho perfeitamente viável”, esclareceu.

Questionado sobre o assunto, o presidente da Câmara, João Zaine, defendeu a correção do “erro histórico” que acredita ter sido a diminuição no número de representantes legislativos nas cidades. O vereador advertiu que o Orçamento repassado pelo Executivo à Câmara continua o mesmo e que a mudança em nada deve onerar os cofres públicos. “O Legislativo terá de se adaptar a uma nova realidade estrutural, porém com o mesmo orçamento que é repassado pela prefeitura”, pontuou o também peemedebista.

Já o vereador Juninho da Padaria se posicionou contra a ampliação de cadeiras durante entrevista esta semana no Jornal da Manhã da Rádio Jovem Pan. O democrata enfatizou que o aumento não trará benefícios para o município e que a decisão contraria a população. “Tenho conversado muito com as pessoas e recebo muitas manifestações contrárias.” A questão financeira é outro fator que Juninho contesta. “Quando dizem que não vai ter gasto é mentira, vai ter sim. Hoje a câmara consegue economizar com doze vereadores; verdade que o repasse não vai aumentar, mas o que sobra também não vai sobrar mais.”

A diminuição da quantidade dos cargos legislativos no Brasil ocorreu depois da polêmica resolução criada em 2004 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que estabelecia instruções sobre o número de vereadores de cada município. Entretanto, em 2009, o Congresso Nacional aprovou Emenda Constitucional no intuito de reverter distorções entre a composição das Câmaras e o número de habitantes. A partir dessa data, as cidades puderam aumentar o número de cadeiras de acordo com uma lista de 24 faixas populacionais e os respectivos tetos de parlamentares.

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