A atividade comercial arrecadou R$ 3,4 trilhões em receita operacional líquida no ano de 2017, segundo a Pesquisa Anual do Comércio, divulgada nesta quinta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representou um crescimento de 7,0%, já descontada a inflação do período. O maior avanço na receita ocorreu no comércio atacadista, com alta de 11,1% em relação a 2016, seguido pelo comércio de veículos e peças (7,2%) e varejo (3,2%).

Os dados mostram indícios de recuperação econômica da atividade comercial, após o “contexto de incerteza, instabilidade institucional e retração econômica que atingiu a economia brasileira no biênio 2015/2016”, avaliou o IBGE.

“Essa retomada do comércio pode estar relacionada à melhoria no consumo das famílias, possivelmente influenciada pela queda nos preços, refletida no menor nível do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) desde 1998; à queda da taxa Selic (taxa básica de juros), que se reflete em melhores condições de crédito; bem como à política de liberação do saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em contas inativas, que aumentou o poder de compra de uma parcela significativa da população”, explicou o IBGE, em nota oficial.

As empresas comerciais geraram R$ 583,7 bilhões de valor adicionado bruto no ano de 2017. O País tinha 1,5 milhão de empresas comerciais, englobando um total de 1,7 milhão de unidades locais, 1,8% a menos do que no ano anterior. Apesar da redução no total do comércio, o atacado cresceu, com 2,3% unidades locais a mais em 2017.

O comércio ocupou cerca de 10,2 milhões de trabalhadores, que receberam R$ 226,7 bilhões em salários e outras remunerações. Tanto o número de empregados (1,0%) quanto a massa salarial (2,1%) cresceram em relação a 2016.

A margem de comercialização – que corresponde à diferença entre a receita líquida de revenda e os custos das mercadorias revendidas – foi da ordem de R$ 765,1 bilhões no ano de 2017, sendo o segmento de comércio varejista responsável por 56,4% desse valor, o atacadista, por 36,0%, e o de veículos, por 7,6%.

A taxa de margem de comercialização – que indica o quanto determinado setor é capaz de definir sua receita líquida de vendas acima dos seus custos com aquisição de mercadorias para revenda e variação de estoques – foi de 39,1% no varejo, 23,3% no atacado e 21,9% no comércio de veículos e peças.

O ranking das atividades com maior taxa de margem permanece relativamente constante nos últimos 10 anos, liderado em 2017 pelo comércio varejista de tecidos, vestuário, calçados e armarinho (82,2%). A lanterna ficou com o comércio atacadista de combustíveis e lubrificantes (8,1%).

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.