A Argentina está viva na Copa da Rússia. Com gol aos 40 minutos do segundo tempo, a equipe de Lionel Messi venceu a Nigéria por 2 a 1, em São Petersburgo, nesta terça-feira. O resultado dramático foi suficiente para a equipe bicampeã mundial se classificar às oitavas de final como segunda colocada do Grupo D.

A Argentina foi favorecida pela vitória da Croácia sobre a Islândia por 2 a 1 no outro jogo da chave, disputado simultaneamente. Messi, escolhido o melhor em campo, fez um gol e acertou uma cobrança de falta na trave. E continua vivo na Copa do Mundo, ao lado dos seus companheiros.

A classificação teve um herói improvável. O defensor Marcos Rojo, barrado pelo técnico Jorge Sampaoli nos jogos anteriores, fez um belo gol, acertando de primeira o cruzamento de Mercado. Após o apito final, a torcida argentina fez uma incrível festa no estádio de São Petersburgo. A segunda maior cidade russa virou um pedaço de Buenos Aires.

Foi o quinto confronto entre os dois times em uma fase de grupos da Copa. Cinco vitórias da Argentina. A Nigéria é mais um time africano eliminado. Agora, só resta Senegal.

Nas oitavas de final, a Argentina vai enfrentar a França às 11 horas (horário de Brasília) deste sábado, em Kazan. A Croácia, outra classificada do Grupo D, terá pela frente a Dinamarca no domingo, às 15 horas, em Nijni Novgorod.

O JOGO – O duelo em São Petersburgo começou nervoso dos dois lados. Muito nervoso. Os dois times tinham dificuldade para acertar três passes seguidos. A primeira vez que a Argentina conseguiu chegar ao gol de Uzoho foi justamente a primeira vez em que o time conseguiu uma sequência regular de passes. Foi um chute torto de Di Maria, mas mostrou que o time está mais organizado e disposto do que nas partidas anteriores.

Sampaoli fez o que os jogadores haviam pedido durante no princípio de motim que sacudiu a seleção. Voltou ao tradicional 4-4-2, escalando Banega e Di María para ajudarem Messi na criação. Na frente, Higuaín era a referência na área.

Aos 13 minutos, grande lançamento de Banega para Lionel Messi. Ele dominou na coxa, deu um toque com a perna esquerda e arrematou de perna direita. A comemoração foi incomum. Ele correu para os lados do campo e se ajoelhou no gramado apontando para o céu. Depois de dois jogos e um pênalti perdido, o camisa 10 desencantou. Foi o 100º gol da Copa do Mundo.

Tão importante como o gol de Messi foi o passe de Banega. Lançamento longo, improvável e perfeito. A entrada do meia do Sevilla melhorou a saída de bola e ainda deu liberdade para Messi flutuar do meio para a frente. Ele não precisava mais buscar a bola no pé do zagueiro, como aconteceu diante da Islândia, por exemplo. Pela primeira vez na Copa, o camisa 10 estava à vontade. Aos 33, ele acertou uma bola na trave em cobrança de falta.

A Nigéria cometeu o erro recorrente de todos os times que possuem a vantagem do empate: só adiantou a marcação e passou a se preocupar com a posse de bola depois de ter sofrido o gol. O time dirigido por Gernot Rohr se preparou para o contra-ataque desde cedo. Recuou todos jogadores – até o atacante Musa – e ficou esperando a hora do bote. Não teve chances. O cenário mudou drasticamente no começo da etapa final. Sem conseguir criar, o time africano apostou na jogada.

O volante Mascherano, pilar da equipe que havia errado duas ou três saídas de bola, cometeu pênalti ao agarrar Balogun, em falta confirmada com o auxílio de vídeo (VAR, na sigla em inglês). Na cobrança, Victor Moses bateu com categoria e empatou Silêncio em São Petersburgo.

O nervosismo e a pressão espremiam o coração argentino dentro e fora de campo. A torcida ficou pelo menos dez minutos calada depois do gol de empate. Os cantos tímidos só recomeçaram quando o time começou a jogar a bola na área. Desespero já aos 19 minutos. Com entrada de Pavón, Messi recua para o meio, Banega ajuda Mascherano na marcação e a Argentina se solta ao ataque.

A Nigéria começou finalmente explorar o contra-ataque. Aos 23, a bola bateu no braço aberto do lateral Mercado. O árbitro Çakir Cuneyt decidiu não dar o pênalti. A Nigéria ficou mais próxima do segundo gol que a própria Argentina, como mostrou a chance perdida por Ighalo frente a frente com Armani.

A redenção veio de maneira improvável com um jogador contestado: Marcos Rojo. Aos 40 minutos do segundo tempo, o zagueiro que havia sido barrado no jogo anterior completou de primeira o cruzamento de Mercado. Vitória suada. Vitória da classificação. Delírio em São Petersburgo, que vai virar uma cidade argentina por uma noite.

FICHA TÉCNICA:

ARGENTINA 2 x 1 NIGÉRIA

ARGENTINA – Armani; Mercado, Otamendi, Rojo e Tagliafico (Agüero); Pérez (Pavón), Mascherano, Banega e Di María (Meza); Messi e Higuaín. Técnico: Jorge Sampaoli.

NIGÉRIA – Uzoho; Balogun, Ekong e Omeruo (Iwobi); Moses, Etebo; Mikel, Ndidi e Idowu; Musa (Nwabnkwo) e Iheanacho (Ighalo). Técnico: Gernot Rohr.

GOLS – Messi, aos 13 minutos do primeiro tempo. Moses (pênalti), aos 5, e Rojo, aos 40 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Balogun, Mascherano, Banega, Mikel, Messi.

ÁRBITRO – Çakir Cuneyt (Turquia).

RENDA – Não disponível.

PÚBLICO – 64.468 pagantes.

LOCAL – Estádio de São Petersburgo, em Moscou (Rússia).

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