Em local com problema de abastecimento de água, hidrômetro registra diferença de 3 mil litros de ar antes da água chegar

Antonio Archangelo

Em local com problema de abastecimento de água, hidrômetro registra diferença de 3 mil litros de ar antes da água chegar
Em local com problema de abastecimento de água, hidrômetro registra diferença de 3 mil litros de ar antes da água chegar

O Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) de Rio Claro reafirmou esta semana que os hidrômetros residenciais não são afetados pela passagem de ar nas tubulações que abastecem as residências com água tratada. A autarquia foi questionada, após matéria veiculada em rede nacional comprovar que o ar das tubulações podem acarretar prejuízos aos consumidores.

Em uma das notícias, mesmo sem sair uma gota sequer das torneiras, o hidrômetro – o aparelho que registra o consumo de água, continuava girando e marcando um gasto que não existe, semelhante a reclamações registradas em Rio Claro depois da troca dos aparelhos no ano passado.

Para o engenheiro hidráulico, Antônio Giansante, o ar passa pelo hidrômetro e sai na boia da caixa d’água, em cima das residências. A Sabesp, responsável pelo abastecimento de água na Grande SP, afirmou que o ar que passa pelo hidrômetro também pode voltar e fazer o aparelho girar ao contrário.

Em Rio Claro, a situação é alvo de investigação do Ministério Público que está em fase de apuração e pretende testar hidrômetros de consumidores que reclamaram do problema. Um grupo de apoio da promotoria deve acompanhar os técnicos que irão verificar se o ar seria responsável pelo aumento de contas de consumidores.

Para autarquia, “o Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) de Rio Claro afirma que não há circulação de ar pela tubulação da rede de abastecimento, provocando o aumento no consumo de água para o munícipe. Para impedir a passagem do ar, o Daae mantém a pressão e a vazão das redes de abastecimento de maneira constante, ou seja, o sistema de distribuição de água é pressurizado”.

A estimativa é que mais de 10 mil hidrômetros trocados em diversos bairros e a má fama dos aparelhos que estaria “girando com o ar” tem levado consumidores a interromperem a troca do equipamento. Entre 2013 e 2014, 758 casos de ocorrências de impedimento da troca de hidrômetros foram registrados no município, a autarquia alega que o impedimento pode levar ao corte do abastecimento. Porém, alguns consumidores tem ingressado com pedidos liminares para não receberem os novos aparelhos da modalidade velocímetrico. “O que eu faço? Todo mundo está falando que o novo hidrômetro tem aumentado as contas e que não para de funcionar mesmo com todas as torneiras fechadas e sem vazamento”, comentou uma dona de casa do Vila Alemã ao procurar a reportagem do Jornal Cidade.

INQUÉRITO

O inquérito foi instaurado no dia 2 de outubro de 2013, após representação colhida em 20 de setembro de 2013 de consumidor “sobre a cobrança abusiva do Daae diante de irregularidades nos hidrômetros instalados nas residências situadas no município de Rio Claro”. Na nova diligência, a promotoria oficiou à SANASA de Campinas/SP, requisitando a elaboração de laudo pericial de constatação de regularidade na medição dos hidrômetros atuais.

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