Projeto elaborado pela USP planeja captar mil litros de água por segundo do Aquífero Guarani, mais específico em Itirapina, onde fica a região de afloramento

Vivian Guilherme

Projeto elaborado pela USP planeja captar mil litros de água por segundo do Aquífero Guarani, mais específico em Itirapina, onde fica a região de afloramento
Projeto elaborado pela USP planeja captar mil litros de água por segundo do Aquífero Guarani, mais específico em Itirapina, onde fica a região de afloramento

Para suprir a demanda de água nesta estiagem que atinge o Estado de São Paulo, uma das possibilidades estudadas é a utilização do potencial do Aquífero Guarani, considerado um oceano de água doce que abastece cerca de 100 cidades em sete Estados brasileiros. Geólogos da USP (Universidade de São Paulo), indicaram esta como uma alternativa de enfrentamento à grave crise hídrica que afeta a RMC (Região Metropolitana de Campinas).

O estudo para avaliar a viabilidade da captação de um dos maiores reservatórios de água subterrânea do mundo, visa o abastecimento de Campinas, Sumaré, Americana e Piracicaba, como informou o professor e diretor do Cepas (Centro de Pesquisa de Águas Subterrâneas), Reginaldo Bertolo, um dos responsáveis pela pesquisa. O estudo mapeia os custos com a construção de 24 poços artesianos em Itirapina, onde o aquífero é raso e mais produtivo, com água de excelente qualidade, segundo apontou estudo. O volume avaliado para captação é de 150 mil litros por hora por cada poço artesiano, resultando em uma vazão agrupada de mil litros por segundo. O abastecimento alternativo atenderia 300 mil moradores das quatro cidades.

O pesquisador, no entanto, alertou para os custos de transporte da água dos poços a uma Estação de Tratamento de Água, além da construção de adutoras para levar a água aos municípios. O estudo deve ser concluído em um mês e apresentado ao Grupo Especial de Ações Estratégicas em Recursos Hídricos, ligado ao governo do Estado.

Procurado pelo Grupo JC, o prefeito de Itirapina José Maria Cândido, disse que soube do estudo a partir da imprensa e que não houve, até o momento, nenhuma consulta oficial. “Sabemos que Itirapina é a terra do petróleo branco”, comentou o prefeito. Segundo José Maria, até o momento Itirapina não enfrenta nenhum tipo de problemas com a falta d’água, já que, o município tem abastecimento por poço tubular profundo, que reserva, trata e distribui. “No momento não temos problemas com abastecimento ou racionamento”, disse.

AQUÍFERO
Segundo informações disponibilizadas pela Cetesb, além de Itirapina, outras cidades da região estão sobre o afloramento, como: Corumbataí, Ipeúna e Analândia. Dados do órgão, mostram que 87% do município de Itirapina está sobre o afloramento do Aquífero; em Analândia 81% do município está sobre o afloramento; em Ipeúna é 47%; e em Corumbataí é 70% do município sobre o Aquífero. Os maiores índices estão em Trabiju, Torre de Pedra e Ribeirão Bonito.

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