Apoio e presença da família devem ser frequentes na vida dos futuros atletas, independentemente da modalidade esportiva

Antonio Archangelo

A prisão de um técnico de futebol, com passagem por Rio Claro, acusado de ter abusado sexualmente de um atleta em São Carlos, fomentou debate entre autoridades consultadas pelo Jornal Cidade de como garantir a segurança de jovens que, desde muito pequenos, se preparam para seleções/peneiras e, por vezes, aprovados, acabam residindo em alojamentos sem condições mínimas de conforto e longe da família.

Em muitos casos, a busca pelo sonho vira um pesadelo, levando tais crianças a ficarem expostas a todo tipo de violência. Foi o caso deste jovem que, no último final de semana, teria sido violentado pelo treinador. Para avisar à polícia, o menor conseguiu utilizar um celular e mandou uma mensagem para os seus pais que, ao chegarem ao local da ocorrência, acionaram a Polícia Militar.

Apoio e presença da família devem ser frequentes na vida dos futuros atletas, independentemente da modalidade esportiva
Apoio e presença da família devem ser frequentes na vida dos futuros atletas, independentemente da modalidade esportiva

O Velo emitiu uma nota, na quinta-feira (22), dizendo que “a Associação Esportiva Velo Clube Rioclarense, através de seus órgãos diretivos, ante os fatos absurdos e totalmente reprováveis ocorridos na cidade de São Carlos no último final de semana entre integrantes da ex-parceira desta entidade, vem a público esclarecer o seguinte: Em primeira colocação, ressaltamos a inadmissibilidade de tal fato que atentou contra a moral e os pudores da pessoa humana, fato que repudiamos veementemente. Nossa parceria com os gestores das categorias de base sub 15 e sub 17 findou-se em 04 de setembro último, quando se encerrou o campeonato até então disputado. Os fatos se deram após esta data, quando os ex-parceiros, dando continuidade às suas atividades e, de maneira independente desta Associação, mantêm alguns jogadores e comissão técnica em seu próprio centro de treinamentos. Desta maneira, esclarecemos por fim que, embora totalmente contra e indignados com tal fato, trata-se de fato alheio às nossas responsabilidades e tutela”, cita a nota assinada pelo presidente do Conselho Deliberativo João Carlos Cerri e pelo presidente da Diretoria Executiva, Adalberto Irineu Borges.

PREVENÇÃO

Para evitar casos como este que está sendo investigado pela Delegacia da Defesa da Mulher (DDM) de São Carlos, o treinador de base do time de basquete de Rio Claro, Leonardo Figueiro Alves, aconselha os pais a não “colocar os filhos para jogar em qualquer lugar”.

“Procure lugares com referência e profissionais com história no meio esportivo, e o outro conselho é sempre que possível participar da vida do filho, indo a treinos, mantendo-se sempre por perto. Pois os dias são maus e uma boa educação e a presença da família são sempre importantes na formação de qualquer jovem esportista ou não”, citou à reportagem.

Já o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, do Ministério do Esporte, Rogerio Hamam, informou ao Jornal Cidade que “o caso citado é uma situação que ultrapassa a esfera esportiva e deve ser tratado pelos órgãos competentes. De qualquer forma, destacamos que repudiamos qualquer caso de violência efetivamente comprovado”.

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