EDUARDO CUCOLO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pesquisa Datafolha mostra que a procura pelo novo auxílio emergencial deve ser similar à verificada no ano passado, apesar de o governo prever que o acesso ao benefício será mais restrito neste ano.


De acordo com o levantamento, 38% dos entrevistados pretendem pedir o auxílio previsto para começar a ser pago em abril.

Em 2020, a procura foi de 41%, praticamente o mesmo percentual, considerando a margem de erro de dois pontos percentuais da pesquisa. No ano passado, 84% das pessoas que solicitaram o auxílio foram contempladas.


A pesquisa também mostra que 79% das pessoas que receberam o auxílio em 2020 vão fazer o pedido novamente.

Além disso, 48% dos que pediram, mas não receberam, farão nova solicitação. Como a mudança na situação econômica de uma pessoa pode torná-la elegível ao benefício, isso não significa que elas terão, necessariamente, o novo pedido negado.


Entre os que não pediram o auxílio no ano passado, 14% pretendem fazer a solicitação agora.


Vistas de outra forma, as pessoas que vão pedir o novo auxílio podem ser divididas em:
beneficiados em 2020 (71%), pessoas que tiveram o pedido negado antes (8%) e aqueles que vão pedir pela primeira vez (21%).


O governo federal apresentou nesta quinta-feira (18) as regras para o pagamento do auxílio em 2021, que será em quatro parcelas com valor médio de R$ 250. O pagamento deve beneficiar 45,6 milhões de famílias, com gasto de R$ 43 bilhões.


Em 2020, foram R$ 293,1 bilhões para 67,9 milhões de pessoas. O benefício teve cinco parcelas iniciais de R$ 600 e uma segunda etapa com quatro pagamentos mensais de R$ 300.


No ano passado, 47% dos entrevistados no Norte/Centro-Oeste e Nordeste pediram o auxílio. Em relação à nova rodada do auxílio, os que pretendem pedir são os mesmos 47% no primeiro caso e 46% no segundo, praticamente o mesmo valor considerando a margem de erro da pesquisa.
Os percentuais foram de 39% e 35%, respectivamente, no Sul e Sudeste. Agora, são 33% e 32%.


Entre as ocupações, se destacaram no ano passado desempregados (71%), assalariados sem registro (65%), autônomos (61%) e donas de casa (60%).
O percentual de desempregados que vão fazer o novo pedido subiu para 86%. Como não é permitido receber auxílio e seguro-desemprego ao mesmo tempo, é possível que o aumento no tempo em que as pessoas ficaram sem ocupação tenha influenciado esse resultado.


Para donas de casa, subiu para 64%. Houve queda nos percentuais de assalariados sem registro (54%) e autônomos (53%).


A pesquisa telefônica Datafolha foi realizada nos dias 15 e 16 de março de 2021, com 2.023 brasileiros em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para baixo ou para cima.

ENTENDA AS REGRAS DO NOVO AUXÍLIO EMERGENCIAL

Número de parcelas
Serão liberados quatro pagamentos. Os repasses estão previstos para começar em abril e terminar em julho

Valor
As parcelas variam de acordo com a formação familiar. O valor padrão é de R$ 250. Para mulheres chefes de família, o valor será de R$ 375. Pessoas que vivem sozinhas receberão R$ 150 por mês

Beneficiários
Governo estima que o benefício será pago a 45,6 milhões de famílias. São 28,6 milhões de pessoas que se cadastraram nas plataformas da Caixa, 10,7 milhões do programa Bolsa Família e 6,3 milhões do cadastro único de programas sociais

Como conseguir o auxílio
Para selecionar as pessoas que se enquadram no programa, o governo vai usar a base de dados dos auxílios pagos em 2020. As parcelas serão pagas independentemente de requerimento

Limite por família
Programa permitirá que apenas uma pessoa por família receba o benefício. Em 2020, governo autorizou o pagamento para até duas pessoas por lar

Datas de pagamento
Beneficiários do Bolsa Família receberão conforme o calendário habitual do programa. Em abril, os pagamentos para essas pessoas serão iniciados no dia 16. O governo ainda não apresentou o calendário para os outros beneficiários

Custo do programa
O limite de gasto com a nova rodada da assistência é de R$ 44 bilhões. Nas MPs, porém, o governo anunciou a liberação de R$ 43 bilhões, incluindo despesas operacionais. Em 2020, o auxílio consumiu quase de R$ 300 bilhões​

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