O técnico Vanderlei Luxemburgo, da SE Palmeiras, em jogo contra a equipe do São Paulo FC, durante partida válida pela décima quinta rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, na arena Allianz Parque. (Foto: Cesar Greco)

THIAGO FERRI
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Vanderlei Luxemburgo vive o momento mais delicado em sua passagem pelo Palmeiras. A derrota para o São Paulo foi a primeira do clube para o rival na história do Allianz Parque e a pressão pedindo sua saída aumentou, inclusive com manifestação da Mancha Alviverde, principal torcida organizada do clube. Por enquanto, ele está mantido no cargo, mas vive um dilema.

A direção sempre mostrou apoio ao treinador, que falou depois da partida manter contatos frequentes com o presidente Maurício Galiotte, o vice-presidente Paulo Roberto Buosi e o diretor de futebol Anderson Barros. O discurso ainda não se alterou.

A avaliação interna sempre divergiu do público, considerando as críticas ao trabalho exageradas. Só que as duas derrotas consecutivas no Campeonato Brasileiro aumentaram focos de insatisfação no clube e deixam a situação do treinador delicada antes do jogo de quarta (14), contra o Coritiba, novamente no Allianz Parque.

Até lá, o Palmeiras voltará à grande discussão da temporada, sobre a promessa ainda não cumprida por Luxemburgo de ter uma equipe ofensiva. Depois do Choque-Rei, o treinador já falou em mudar a ideia de jogo mais uma vez – uma constante em 2020 – e voltar ao estilo “feio com resultado” da reta final do Campeonato Paulista.

“Estamos tentando fazer a equipe mais aberta, jogando mais para frente, com criatividade. Obviamente, para fazer isso fica mais vulnerável e a coisa não tem funcionado como achamos que tem de funcionar. Temos de olhar com calma se é a melhor maneira de jogar, como contra o Bolívar (na goleada por 5 a 0), contra o Ceará e que depois não avançamos e tivemos uma queda. Ou uma outra formação, que já tinha feito anteriormente, deixar a equipe menos vulnerável”, analisou.

“Temos os garotos, o elenco que temos agora. É continuar, encaixar de novo o que é melhor, qual a melhor maneira de funcionar a equipe. Me deram muita pancada, porque a equipe jogava feio. Tenho que ver se tenho equipe para jogar bonito. Como temos de criar esta engenharia todinha para fazer a coisa funcionar. Se for fechar o time e jogar feio, o torcedor vai ter que entender que vai ser feito. Temos de ter uma regularidade, não pode ser dois jogos bons e dois ruins, como foi agora.”

A tentativa antes do clássico havia sido jogar com dois pontas e um meia centralizado, com bons momentos contra o Bolívar (BOL) e Ceará, mas uma queda acentuada contra o Botafogo. Ontem (10), o técnico voltou a usar apenas um velocista, com Lucas Lima aberto pelo lado direito, e criou pouquíssimo perigo. No Campeonato Paulista, a equipe foi campeã sem armador, atuando com três volantes e em alguns momentos até quatro. Apesar do título assim, o desempenho foi muito criticado.

Nenhuma escolha de Luxa desde então deixou o Palmeiras mais criativo e sólido. No Brasileirão, o time foi vazado nas últimas seis rodadas – foram sete gols marcados e nove sofridos. Ainda que o Verdão esteja classificado de forma invicta na Copa Libertadores, o desempenho recente é irregular, com mais momentos ruins do que bons.

“O torcedor está chateado, o mais chateado sou eu, mas temos de continuar trabalhando e eu tenho de encontrar a melhor forma. Fechadinho? Aproveitando uma escapada ou outra? Como jogamos a Libertadores e o Paulista? Ou esta de deixar a equipe mais vulnerável? Temos tempo, porque temos Copa do Brasil e Libertadores para seguir o Brasileiro”, concluiu.

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