A herd of cows producing milk for Gruyere cheese in France in the spring

Folhapress/ Cézar Feitoza/Ricardo Della Coletta

O Ministério da Agricultura investiga um caso suspeito de mal da vaca louca de um animal no Pará.

“O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informa que, acerca do caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina (Mal da “vaca louca”), todas as medidas estão sendo adotadas pelos governos”, diz um comunicado divulgado pela pasta.

“A suspeita já foi submetida a análise laboratorial para a confirmação ou não e, a partir do resultado, serão aplicadas imediatamente as ações cabíveis.”

A nota não informa o local da suspeita nem mais detalhes sobre o caso. Autoridades ouvidas sob reserva pela Folha disseram que o animal, de cerca de oito anos, foi encontrado morto em um município no Pará e que o Ministério da Agricultura acompanha o caso desde o fim de semana.

O fato de ser um bovino mais velho gerou suspeitas de que possa ser um caso atípico da vaca louca, que pode ser gerado como efeito da velhice do animal. O tipo clássico da doença geralmente é causado por ração contaminada.

Os casos atípicos costumam ser pontuais, mas podem igualmente causar restrições comerciais.

A contraprova para a verificação da suspeita é realizada no Canadá. A confirmação de um novo caso de vaca louca no país pode ter repercussões para as exportações brasileiras, principalmente para a China —o maior comprador de carne bovina do Brasil.

Isso porque China e Brasil assinaram em 2015 um protocolo que estabelece um autoembargo nas exportações ao país asiático quando uma nova ocorrência de vaca louca é identificada no Brasil.

Quando as exportações são suspensas por esse motivo, o Ministério da Agricultura envia dados às autoridades chinesas para que a situação de risco seja analisada, e as vendas de carne, liberadas. O processo, no entanto, pode se arrastar por meses.

Em 2021, por exemplo, o Brasil permaneceu sem enviar carne bovina à China entre setembro e dezembro. Na ocasião, o Brasil havia comunicado dois casos atípicos da doença registrados em Nova Canaã do Norte (MT) e em Belo Horizonte (MG).

A decisão da China de liberar a compra de carne bovina do Brasil após a análise dos dados mostrou, segundo a Agricultura, a “excelência dos controles sanitários oficiais brasileiros.”