Ramon Rossi

“Faria de novo, e mil vezes, se fosse preciso. É doloroso, demorado, mas a gente faz tudo pelos nossos filhos. O importante é que ele fique bem. Ninguém gosta de ver um filho na cama de um hospital e precisando de ajuda para sobreviver. Ele pediu socorro e, como mãe, logo atendi”, diz Adriana.

Este foi o relato da ararense Adriana Tumoli, 47 anos, mãe do jovem Rodrigo Tumoli, de 28 anos, que, em 2013, após alguns sintomas como perda de peso, sudorese noturna (suor excessivo) e um caroço no pescoço, foi diagnosticado com um Linfoma de Hodgkin (câncer raro que acomete células de defesa do sangue e atinge, principalmente, jovens).

“Quando descobrimos, ficamos muito abalados. Perdemos o chão. Só depois de entender tudo ficamos confiantes no tratamento proposto pela Drª Alessandra, uma médica que nos deu muita atenção e esperança nesta fase, e conseguimos nos tranquilizar”, disse ela em entrevista à reportagem do Jornal Cidade, nesta semana.

O jovem começou o tratamento com quimioterapia, protocolo de ABVD (que se refere ao uso de medicamentos como adriamycin, bleomicina, vinblastine e dacarbazine) por seis meses, e obteve bons resultados. Mas, confiantes nas palavras da hematologista e hemoterapeuta Alessandra da Costa Kiler Chiquito, era necessária a transferência para Jaú/SP, onde está localizado o Hospital Amaral Carvalho – uma das referências no tratamento de câncer no interior paulista.

“Começaram as consultas, exames, tinha toda uma junta médica para escolher o melhor para ele. Aí começaram os testes. Afinal, o que ele precisava era de uma doação de medula óssea. Fizeram os exames em meu marido, minha caçula e em mim. Os médicos constataram que eu seria a doadora, por ter o mesmo tipo sanguíneo e por ter menos probabilidade de rejeição no futuro”, revelou.

Mãe e filho ficaram internados no hospital por um mês, mas tiveram que alugar uma acomodação na cidade onde ficaram três meses para um acompanhamento mais próximo da equipe médica. O transplante foi por meio de um procedimento cirúrgico sob anestesia, com múltiplas punções aspirativas no osso da bacia.

Hoje, quase três anos depois do transplante, o JC conversou com Rodrigo, que precisa se medicar com um imunoterápico para controle, chamado de Nivolumab, quinzenalmente.

“Me sinto muito bem com essa medicação, mas tenho algumas sequelas que todo câncer deixa. No começo foi muito difícil, minha imunidade estava muito baixa, mas graças a Deus tive pouca rejeição. Minha mãe é meu anjo da guarda. Ela salvou a minha vida”, contou ele, emocionado.

Pedimos, no fim da entrevista, para que ele deixasse uma mensagem aos jovens que estão passando pela mesma situação. O recado foi o seguinte: “Prestem mais atenção aos sintomas. Se autoconhecer é essencial. E mais: confiar em Deus. Eu nasci de novo e tenho certeza de que, com muita fé e a experiência de bons médicos, tudo pode acontecer”, disse.

No Brasil, o Dia Mundial de Combate ao Câncer é celebrado em 4 de fevereiro. No país, de acordo com dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), em 2018 houve o surgimento de 12.710 casos de pessoas acometidas por linfomas que se dividem em dois tipos: Linfoma de Hodgkin e Linfoma Não Hodgkin. Além disso, foram registradas 4.956 mortes, somadas os dois tipos da doença. As causas de câncer são variadas. Podem ter relação com fatores externos e alheios ao corpo, ou internas ao organismo, podendo as duas estarem ligadas.

É importante lembrar que todo e qualquer diagnóstico só pode ser feito por especialistas, e que os medicamentos citados na reportagem foram, como todos devem ser, adotados somente mediante prescrição médica.

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.