Folhapress
Uma servidora do STJ (Superior Tribunal de Justiça) morreu nesta segunda-feira (1) após cair de um penhasco nos Andes peruanos. Maria Lucia Paternostro Rodrigues morava no Distrito Federal e estava em férias. Ela deixa uma filha de 12 anos.
Segundo amigos, o acidente aconteceu enquanto Maria Lucia fazia uma trilha no penhasco. Por ser uma área de difícil acesso, o corpo da servidora só foi localizado ontem e ainda está em processo de resgate. Depois, deve ser encaminhado para Lima, capital do Peru.
Ainda não há informações sobre a chegada do corpo em Brasília. O UOL entrou em contato com o Itamaraty, mas até o momento não obteve resposta.
Maria Lucia era formada em letras e em direito e pós-graduada em direito público. Ingressou no STJ em 2003 e atualmente exercia o cargo de assessora-chefe do Núcleo de Gerenciamento de Precedentes e de Ações Coletivas (Nugepnac).
O presidente do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho da Justiça Federal (CJF), ministro Humberto Martins, lamentou a morte da servidora e disse que ela se destacava pela dedicação ao trabalho e pela gentileza e prestatividade no dia-a-dia com os colegas.
“O Tribunal da Cidadania está de luto! Expressamos nossa absoluta tristeza pela partida da nossa valorosa servidora Maria Lucia Paternostro Rodrigues. Ela honrou e dignificou não apenas o STJ, mas também todo o Poder Judiciário e o sistema de Justiça. A sua história de vida é um exemplo de entrega com excelência e amor à causa da cidadania brasileira. Que Deus, em sua misericórdia infinita, conforte e fortaleça todos os familiares e amigos”, disse.
Durante a manhã desta terça, o Conselho da Justiça Federal (CJF) também aprovou moção de pesar pela morte de Maria Lucia. O ministro Paulo de Tarso Sanseverino afirmou que Maria Lucia era uma servidora “extremamente inteligente, diligente, competente e dedicada”.
Para o ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, trata-se de falecimento que “entristece a todos”.
Maria Lucia era apaixonada pela natureza, segundo os amigos. Sempre que conseguia uma folga, fazia trilhas e visitava cachoeiras. Ela se preparava para uma trilha na Patagônia.
Nas redes sociais, compartilhava o hobby preferido. Em uma das fotos, ela aparece no alto de uma montanha, em registro feito há dois meses.
As últimas postagens também registraram a viagem ao Peru. Durante sete dias, ela visitou o Parque Nacional Huascarán e observou o lago Parón, conhecida pelos belos tons de azul.
“Estávamos treinando juntos para uma trilha que iríamos fazer no ano que vem para a Patagônia. O percurso é grande: 100 km. Ela estava animada e fazendo planos”, disse um dos amigos da servidora, Adriano Zed Teles, proprietário de uma academia de crossfit onde Maria malhava havia pelo menos sete anos.
Segundo ele, a amiga sempre estava sorridente.
“Recebemos com muita surpresa e tristeza essa notícia. A Malu era uma pessoa da paz, do bem, alto astral. Vibrava por todos. Queria sempre o nosso bem. Ela sempre estava envolvida em trilhas, em projetos, sonhos. É inacreditável”, lamentou.