ARTUR BÚRIGO – FLORIANÓPOLIS, SC (FOLHAPRESS)

Na reta final da apuração nos Estados Unidos, que indica Joe Biden como o favorito para ocupar a Casa Branca, o presidente Jair Bolsonaro disse que não é a pessoa mais importante do Brasil, assim como Donald Trump não é a pessoa mais importante do mundo.

Durante a cerimônia de formatura de 650 policiais federais rodoviários, em Florianópolis, Bolsonaro não citou diretamente as eleições dos EUA, mas voltou a dizer que tem sua preferência sobre o mandatário americano.

“O momento do Brasil ainda é difícil. Assistimos à política externa, temos nossas preferências, o que acontece lá fora interessa para cada um de nós aqui dentro”, disse Bolsonaro na manhã desta sexta-feira (6).

“Eu não sou a pessoa mais importante do Brasil, assim como Trump não é a pessoa mais importante do mundo, como ele bem mesmo disse. A pessoa mais importante é Deus.”

Na última quinta-feira (5), em evento no interior de Alagoas, Bolsonaro já havia falado que o Brasil era uma “pátria abençoada e ninguém tem o que temos”.

“O mundo está de olho em nós. Nós temos o que eles não têm. E, para que possamos dizer que é isso é nosso, isso passa pela união dos 210 milhões de brasileiros.”

Aos policiais formandos, que irão atuar em todo o país, Bolsonaro pediu “humildade” e disse que “ninguém faz nada sozinho”.

Também participaram da cerimônia a governadora interina de Santa Catarina, Daniela Reinehr (sem partido), o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Eduardo Ággio, e os ministros André Mendonça, da Justiça e Segurança Pública, Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, e Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência.

A governadora interina é próxima da família presidencial e já havia se encontrado com Bolsonaro na última quarta-feira (4) em Brasília. Uma das suas defensoras no processo de impeachment que culminou no afastamento do governador Carlos Moisés (PSL) foi a advogada Karina Kufa, também próxima dos Bolsonaro.

O evento teve a presença dos formandos, seus familiares e autoridades. Houve aglomeração no local, com filas na entrada e convidados sentados em arquibancadas a menos de um metro de distância entre si. O uso de máscara era obrigatório, mas o presidente e seus ministros abdicaram da proteção.

Após seu discurso, Bolsonaro provocou aglomeração quando tirou foto com os familiares dos policiais. A região da Grande Florianópolis voltou a ser classificada como de risco gravíssimo –o mais alto– pelo mapa de áreas de risco do governo de Santa Catarina.

Com as praias lotadas nos feriados, o número de casos de Covid-19 na capital catarinense disparou.

Após o evento, a comitiva presidencial se dirigiu para Chapecó, no oeste de Santa Catarina, onde trocou de aeronave e foi a Renascença (PR), para a inauguração de uma usina hidrelétrica ainda nesta sexta-feira.

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