Desrespeito ao idoso precisa ser denunciado

Vivian Guilherme

Quedas e acidentes domésticos são as principais preocupações de familiares com idosos que moram sozinhos
Quedas e acidentes domésticos são as principais preocupações de familiares com idosos que moram sozinhos

Joana mora no mesmo prédio em que a mãe Maria, porém no andar de cima. Um dia à noite, ela vai ao apartamento da mãe para ver se precisava de algo e se estava tudo bem. Sai do apartamento e, antes mesmo que consiga chegar ao pavimento superior, seu telefone já estava tocando para avisar que sua mãe estava caída e sangrando. No retorno, ao fechar à porta, a mãe sentiu uma tontura e caiu, sem conseguir se levantar sozinha. O que a salvou foi a pulseira oferecida por um serviço de telecare (cuidado a distância).

Os nomes das personagens são fictícios, mas a história é real e aconteceu aqui em Rio Claro. Quem conta é Edilson Zanardi, de uma empresa de monitoramento e tecnologia da cidade. O aparelho utilizado pela idosa citada era uma pulseira com um botão de emergência que, acionado, alerta a central de atendimento que imediatamente contata um familiar e chama pelo socorro.

A tecnologia tem se mostrado particularmente útil a pessoas como a senhora Maria, que é integrante de uma população que vem aumentando a cada ano: a de idosos morando sozinhos. Essa população cresceu quase 80% entre 1999 e 2009, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e atualmente já soma 2,9 milhões de pessoas no Brasil.

Com isso, aparelhos como o que ajudou a aposentada estão, paulatinamente, ganhando espaço no Brasil, onde empresas do setor de telecare (cuidado a distância) começam a comercializar o serviço, que já é bastante comum nos EUA e na Europa. Em Rio Claro, Edilson conta que os serviços mais procurados pelos idosos são estes de apoio e atenção dentro de casa.

“Colocamos um terminal eletrônico ligado à linha telefônica e, para que se conecte conosco, basta apenas que o idoso aperte um botão localizado na pulseira que enviamos junto com o terminal. Por exemplo, se um idoso cair no banheiro, mesmo embaixo do chuveiro ele pode pressionar a pulseira e todo o processo ocorre até que nós tentemos um contato de voz com ele. O terminal permite que o idoso fale e escute através dele em viva voz, sem que tenha que ir ao telefone discar algum número”, esclarece Edilson, que destaca: “o sistema não é invasivo, ou seja, só atuamos quando ele necessitar”.

Sobre quem costuma contratar o serviço, Edilson conta que em Rio Claro “é bastante dividido”. “Sempre pensamos que a família seria a maior interessada em prover atenção aos seus, mas não é bem isso que acontece, não!”

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