Pela primeira vez depois da morte do marido Renato Cesar dos Santos, baleado no último dia 8 de setembro, a viúva aceitou falar com uma equipe de reportagem sobre o caso que teve grande repercussão pela frieza com que os bandidos agiram. A pedido, o Jornal Cidade irá preservar o nome e a imagem da companheira que relata medo pela falta de respostas sobre quem cometeu o crime: “Quase um mês e infelizmente os bandidos estão à solta e eu vivo refém, com medo e sem saber como será o dia de amanhã. Só terei paz quando forem presos e a justiça for feita”, conta.

Renato foi o primeiro namorado e único companheiro. Segundo ela, um marido e pai dedicado que perdeu a vida de maneira cruel e precoce: “Às vezes eu brigava com ele de tanto que ele trabalhava. Sempre fez o melhor para mim e para as crianças. Conheci o Renato na escola quando tinha 13 anos, começamos a namorar e nunca mais nos separamos. Foram 12 anos que eu tive o privilégio de estar ao lado de um homem que vivia com um sorriso no rosto. É muito doloroso saber que tiraram isso de mim, dos nossos filhos. O mais velho de três anos, que assim como eu viu o pai caído e ferido, pergunta todo dia por ele. Pede para mim se já podemos ir morar no céu junto com ele. Estou em busca de uma psicóloga para ajudá-lo nisso, porque até mesmo para mim é confuso lidar com tudo”, afirma.

Desde o crime, ela não voltou mais para a casa e fala de como a dor a consome: “Eu digo que foram os três piores dias da minha vida: o dia que aconteceu, o dia seguinte em que eu recebi a notícia de que ele não tinha sobrevivido ao tiro e por último o terceiro dia quando eu o enterrei. Renato era uma pessoa muito calma e eu acredito que só reagiu por nós, por mim, pelas crianças, já que viu que estávamos em perigo, ficou medo que os bandidos fizessem algo com a gente. Até nas últimas palavras, já baleado, caído no chão, as crianças chorando eu tentando pedir ajuda, ele dizia: “Calma, vai ficar tudo bem”.

A Polícia Civil ouviu a viúva e outras pessoas, porém até o momento, quase um mês após o crime, não existem pistas da dupla que invadiu a casa assim que a família chegou de um passeio: “Não vamos desistir, seguimos investigando em busca de novas pistas para dar uma resposta à família e também à sociedade”, disse o delegado responsável pelo caso Alexandre Socolowski.

O caso da morte de Renato repercutiu em Rio Claro. Ele levou um tiro após reagir a um assalto na casa em que morava no bairro Santa Clara. O crime foi cometido na frente da esposa e dos dois filhos, um de três anos e outros de sete meses. O menor inclusive estava no colo de Renato e por pouco não foi atingido pelo disparo. Ele chegou a ser socorrido, mas o projétil, que entrou pela região do abdômen, atingiu a veia femural e causou uma hemorragia que levou ao óbito.

Renato Cesar dos Santos tinha 28 anos de idade e foi morto no dia 8 de Setembro

Denúncia

A população pode ajudar na prisão dos criminosos. Informações sobre quem cometeu o crime podem ser repassadas à polícia por meio do Disque-Denúncia no 181.

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