Funcionários da funerária chegam para deixar o corpo no Cemitério Municipal e são recebidos pelo coveiro

A chegada de um corpo para o sepultamento no Cemitério São João Batista, em Rio Claro, chamou a atenção pela forma com que aconteceu: por uma entrada não oficial e em um horário não habitual.

Como foi

A despedida aconteceu na segunda-feira (6) às 18h30, horário em que o local deveria e sempre esteve fechado. Outra situação que despertou suspeitas foi em relação à entrada do corpo que, ao invés de chegar pelo portão principal, entrou pelo portão dos fundos, na Rua 20.

Pouco antes da chegada do corpo, alguns familiares entraram no cemitério. Na sequência, veio o carro da funerária, que parou em frente ao portão. Do veículo desceram dois funcionários que usavam roupas diferenciadas, um macacão amarelo, máscaras e óculos conhecidos como Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Vizinhos estranharam a movimentação: “Foi a primeira vez que vi essa cena e confesso que me assustei. Primeiro com a chegada e depois com a forma com que aconteceu, foi um choque de realidade”, disse um morador que pediu para ter a identidade preservada pela reportagem.

Já uma outra testemunha afirmou: “Eu acredito que pelo horário é alguma suspeita de morte pelo novo coronavírus. Moro aqui há muitos anos e nunca vi um corpo entrar por este portão e nestes moldes”.

A dúvida do morador foi motivo de questionamento por parte da reportagem do Jornal Cidade à Prefeitura Municipal de Rio Claro. Por telefone, o prefeito Juninho da Padaria confirmou que o sepultamento dado nestes moldes foi do segundo óbito em investigação suspeito de ser por Covid-19, referente a um idoso que faleceu na segunda-feira, no município.

Horários

Sobre o fato de o corpo dar entrada pelo portão dos fundos do cemitério e o horário em que aconteceu, o JC não obteve resposta. A assessoria informou que os sepultamentos estão seguindo as normas já preestabelecidas em tempos de pandemia.

Coveiros

Outra situação que chamou a atenção foi o fato de o coveiro estar utilizando apenas luvas e máscara, bem diferente dos profissionais da funerária. Em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura municipal, o JC recebeu a seguinte nota: “A administração do cemitério e velórios municipais informa que comprou EPIs e entregou aos servidores com a orientação para que usem os equipamentos. Se for confirmado que não usaram os EPIs, os servidores serão advertidos”.

A reportagem tentou contato também com Sindicato dos Servidores Públicos Municipais para saber se estão acompanhando a situação, porém até o fechamento desta edição não havia recebido um retorno.

Sem velório

Desde o início da pandemia, diversos estados emitiram recomendações locais para evitar o risco de contaminação durante o cortejo fúnebre de vítimas da Covid-19. Em São Paulo, por exemplo, a orientação inclui caixões lacrados e velórios com limitação de “público” e duração.

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