Taxista há 12 anos, Ozeir Gomes de Oliveira comenta sobre os efeitos da clandestinidade

Wagner Gonçalves

Com a polêmica envolvendo taxistas e cadastrados ao serviço Uber, na cidade de São Paulo, houve repercussão em diversas cidades do país, seja pela preocupação dos passageiros, como pela legalidade dos próprios taxistas e categoria. Em Rio Claro, apesar de o movimento não ter se estendido aos motoristas locais, existe, no entanto, conflitos envolvendo os carros que atuam na clandestinidade fazendo viagens suburbanas e até mesmo dentro da cidade.

Em tempos de recessão financeira e retração da economia nacional, muitos setores percebem a tendência de cautela dos consumidores em gastar. No entanto, conforme relatado por taxistas, existem outros fatores que contribuem para agravar a situação. Para que atividade esteja de acordo com os conformes legais, os prestadores de serviço devem cumprir uma série de recomendações propostas em âmbito municipal e federal.

Taxista há 12 anos, Ozeir Gomes de Oliveira comenta sobre os efeitos da clandestinidade
Taxista há 12 anos, Ozeir Gomes de Oliveira comenta sobre os efeitos da clandestinidade

Ozeir Gomes de Oliveira, que há 12 anos atua como taxista, comenta se sentir lesado por aqueles que não estão de acordo com a lei, mas acabam competindo com credenciados. “Já pagamos impostos e taxas para manutenção e ainda vivemos sob pressão de ter motoristas autônomos clandestinos”, desabafou o taxista. Em suma, é preciso que o taxista contribua com a mensalidade do sindicato, com o imposto anual destinado à prefeitura, sendo obrigatória a autorização por meio de alvará para se instalar no ponto, além do valor para a aferição do taxímetro.

Entre as reclamações recebidas pelo Sindicato dos Transportadores Autônomos Rodoviários de Pessoas, Bens e Cargas de Rio Claro (Sintrarc), existem seis em aberto que dizem respeito a essa atividade sem regulamentação. Para o vice-presidente do Sintrarc, Gilvon Barbosa, essa é uma questão que deve ser observada com mais rigor, por meio de fiscalizações: “é preciso agentes de trânsito nos pontos onde se concentram, em especial nas imediações do Shopping”.

Para quem por ali passa, é possível ver os motoristas que ali chegam, aguardam por alguns momentos e logo saem com o carro completo. “A vantagem é que os motoristas cobram o mesmo valor da passagem de ônibus e levam os passageiros na porta da casa”, disse Tereza Aparecida Morelli, que mora em Santa Gertrudes, cuja cidade concentra a maior parte dos motoristas, conforme informou o sindicato da categoria.

Dilema de motoristas

A reportagem do JC conversou com um dos motoristas que atuam nas viagens intermunicipais. O estudante de Direito, que terá seu nome preservado, relatou ter recorrido a tal atividade como uma forma de cobrir as despesas, por estar desempregado. “Apesar de algumas pessoas largarem a profissão para fazer essas viagens, no meu caso é por ter ficado sem fonte de renda”, relatou.

De acordo com a legislação, é permitido um número limitado de taxistas circulando no município, um a cada mil habitantes. “Não quero ficar na irregularidade, mas os órgãos públicos dificultam a legalização”, contou o motorista, destacando sobre as condições impostas, como o veículo utilizado.

A justificativa feita por alguns usuários para utilizar os serviços é que o horário do ônibus suburbano que faz o trajeto de Rio Claro a Santa Gertrudes é muito espaçado. No entanto, conforme a Viação Paraty, empresa responsável pela linha suburbana em questão, os horários são feitos com base na quantidade de passageiros. Em nota, a empresa respondeu: “o intervalo de horário dos ônibus é de trinta minutos, considerado pequeno em se falando de suburbanos”.

Procurada para falar sobre a situação em questão, a Prefeitura de Rio Claro não se posicionou até o fechamento desta edição.

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