Foi em 2012 que aconteceu o último andamento do processo de beatificação do rio-clarense Roberto Giovanni. Enquanto isso, a comunidade católica da Cidade Azul e também de Casa Branca e Itararé, municípios em que o Irmão se destacou nos trabalhos litúrgicos, segue aguardando a confirmação oficial, realizando orações ao Servo de Deus.

Segundo o padre Luciano Romero, administrador paroquial da Paróquia Santa Cruz, a igreja local está trabalhando na divulgação do nome de Roberto Giovanni e pedindo a oração da comunidade para a graça da beatificação. Padre Luciano lembrou que muitos não conhecem Roberto Giovanni e ressalta que é possível, em breve, termos sua imagem nos altares mundo afora, sem que os rio-clarenses saibam que se trata de um conterrâneo.

O sacerdote conta que hoje existem seis milagres atribuídos ao Irmão: sendo quatro deles na cidade de Itararé, um em Casa Branca e outro em Campinas. “Em dois casos são crianças que não eram para ter nascido, mas nasceram, são fatos que a ciência não explicou”, ressaltou padre Luciano.

ETAPAS

A primeira das quatro etapas do processo de canonização é tornar-se Servo de Deus, título concedido pela Igreja Católica a quem cujo processo de canonização foi oficialmente aberto. Por isso, o Irmão Roberto Giovanni já recebe o título de Servo de Deus. Nessa fase, é recolhido todo material, como testemunhos e documentos necessários e, posteriormente, encaminhado ao Vaticano. Em posse dos documentos, o candidato à santidade tem de ser objeto de uma proclamação aprovada pelo Papa que reconhece que o candidato viveu uma vida de virtude heroica, isto é, que demonstrou de forma excepcional a prática das virtudes teologais de Fé, Esperança e Caridade e das virtudes cardeais da Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança.

Sendo Venerável, o próximo passo é confirmar a realização de um milagre obtido pela intercessão do venerável, para então ser beatificado. Padre Luciano explica que é considerado milagre quando alguma intercessão do candidato não puder ser comprovada, de forma alguma, pela ciência. Após comprovado um segundo milagre, ocorrido após a beatificação, atribui-se a essa pessoa o título de santo.

Quem foi o Servo de Deus?

Roberto Giovanni nasceu em 16 de março de 1903, em Rio Claro. Fez seus estudos na cidade natal, onde exerceu as funções de guarda-livros e contador, e se destacou por seu trabalho junto aos Vicentinos. Com mais de vinte anos de idade decidiu abraçar a vida religiosa, entrando para o seminário. Foi o quinto dos treze filhos de Paschoal Giovanni e Severina Padula, imigrantes italianos, era irmão do ex-prefeito Oreste Armando Giovanni. Recebeu o sacramento do Batismo no dia 21 de julho do mesmo ano, o da Crisma em 1909 e fez a Primeira Comunhão em 19 de setembro de 1915. Todos os três sacramentos foram ministrados na Matriz de São João Batista.

Após alguns anos de estudo, ao ingressar no noviciado, decidiu, após longa reflexão ser irmão coadjutor e não sacerdote. Fez sua profissão em 16 de setembro de 1931, na Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo (Estigmatinos). Trabalhou em Rio Claro, Castro (PR), Ituiutaba (MG), Morrinhos (GO) e Caconde (SP). Em 1939, foi transferido para Casa Branca, onde viveu até as vésperas de sua morte, em 11 de janeiro de 1994, em Campinas, onde estava em tratamento de saúde.

Por mais de meio século, irmão Roberto desenvolveu, em Casa Branca, um apostolado inteiramente voltado à caridade. Fervoroso devoto de São Gaspar Bertoni, fundador da Congregação Estigmatina, foi o maior propagador do carisma bertoniano. Dedicou especial atenção aos órfãos, crianças carentes, idosos, enfermos, pobres, presidiários, fracos e migrantes, orando por eles, assistindo-os material e espiritualmente e levando a Sagrada Eucaristia aos acamados, ininterruptamente, por anos e anos.

São muitos os que relatam graças alcançadas por intercessão de irmão Roberto, como se nota pelos agradecimentos e flores deixados em seu túmulo, situado ao lado do altar da Igreja Nossa Senhora do Desterro, em Casa Branca.

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