O caso de um desaparecimento terminou com um final feliz. No mês de abril de 2018, Aparecido Jorge, de 64 anos, saiu de Rio Claro para realizar um trabalho no Broa em Itirapina e depois disso nunca mais foi visto pela família: “Eu acreditava que ele estava morto, afinal foi um ano e três meses sem notícias dele”, afirmou emocionada a sobrinha Adriana Aparecida Marciano, de 44 anos.

A angústia em todo esse tempo se transformou em choro, mas desta vez, na tarde de ontem (12), ele veio acompanhado de um sentimento de alegria. Tudo por conta de uma publicação em uma rede social.

O olhar de Camila

Camila Silva, 30 anos, moradora de Araraquara, sempre que ia ao mercado observava um senhor que vivia perto do comércio e, por várias vezes, solidária, doou comida a ele. Até que ela resolveu saber um pouco mais da história daquele homem: “Eu perguntei se ele tinha família e ele me confirmou que sim. Me contou que era de Rio Claro e me disse o nome de uma sobrinha e de um filho, e que estava perdido há mais de um ano e não conseguia voltar para casa. Foi quando eu tive a ideia de tirar uma foto e colocar na rede social para ver se alguém o reconhecia. Postei em um grupo de Rio Claro e, para minha surpresa, depois de muitos compartilhamentos, familiares fizeram contato comigo”.

Distância

A etapa mais difícil que era encontrar a família havia sido vencida, porém um novo obstáculo apareceu: a questão financeira. Com poucos recursos, a família do seu Aparecido estava sem dinheiro para ir até Araraquara buscá-lo e Camila por sua vez não conseguia sair da cidade para trazê-lo para Rio Claro. Foi quando o vereador Rogério Guedes (PSB) ficou sabendo da história e não pensou duas vezes: “Vendo as dificuldades e a vontade desse reencontro depois de tanto tempo, disponibilizei meu carro, me comprometi com as despesas e passei na casa da família e acompanhado de uma sobrinha do seu Aparecido fomos até Araraquara para trazê-lo de volta. Foi a melhor atitude que eu poderia ter tomado. Ver a emoção de ambos os lados, poder proporcionar isso foi uma emoção indescritível”, disse o parlamentar.

Quem não conteve a emoção também foi Camila que, por meio de uma simples conversa, de um pouco de atenção que deu àquele morador de rua, mudou a vida dele e de toda uma família: “Acho que na verdade eu estava mais ansiosa que todo mundo junto. Meu coração se encheu de gratidão e não deu para conter as lágrimas”.

Já seu Aparecido, depois de abraçar muito a sobrinha, contou um pouco da história que passou nesse tempo longe da família: “Muito difícil ficar na rua, triste. Eu me lembro que fui fazer o serviço no Broa e na volta perdi o ônibus. Não sei como consegui chegar até a praça de Itirapina e fiquei um tempo por lá, depois saí tentando achar Rio Claro, mas fui parar em São Carlos e depois aqui onde eu estava até agora”, disse o idoso.

Já a sobrinha acredita que o tio nesse tempo possa ter tido perdas temporárias de memória e afirmou que agora todos ficarão mais atentos: “Eu olho para ele e choro. Sonhei muito com o dia em que iria abraçá-lo novamente”, finalizou Adriana.

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