Agência Brasil

O secretário de Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, entregou pedido de exoneração ao governador Geraldo Alckmin. Voorwald liderava o processo de reorganização escolar que seria implantado em 2016 e levaria ao fechamento de 93 escolas. A informação de que Voorwald deixou o cargo foi confirmada pela Secretaria de Educação.

No início da tarde de ontem (4), o governador Geraldo Alckmin anunciou a suspensão da reorganização para abertura de diálogo com a comunidade escolar no próximo ano. “Nossa decisão é adiar a reorganização e rediscuti-la escola por escola, com a comunidade, com os estudantes e, em especial, com os pais dos alunos”, disse o governador em entrevista coletiva. Os estudantes permanecem estudando nas escolas onde estão matriculados.

Com a reorganização, os alunos seriam separados por ciclo escolar (fundamental 1 e 2 e médio). A medida enfrenta resistência de alunos, pais e professores. Mais de 200 escolas foram ocupadas para reivindicar a suspensão da reorganização, que afetaria 311 mil alunos. Na quinta (3), Ministério Público e Defensoria Pública entraram com um pedido de liminar para suspender a medida.

Manifestações

Nesta semana, além das ocupações, estudantes bloquearam avenidas importantes da capital paulista e foram reprimidos pela Polícia Militar. No dia 3, seis jovens foram detidos e três permaneceram presos e, entre as acusações, estava corrupção de menores. Ontem (4), novos protestos ocorreram na Avenida Paulista, e a PM usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para reprimir os estudantes.

Alckmin reforçou que está convicto de que a reorganização é a uma medida importante para a melhoria do ensino, mas que atenderá ao pedido dos estudantes. “Recebi a mensagem dos estudantes e dos seus familiares com as suas dúvidas e preocupações com relação à reorganização das escolas no Estado de São Paulo”, afirmou. Ele deixou a coletiva sem responder a perguntas dos jornalistas.

No dia 1º deste mês, o governo paulista publicou decreto que autorizava a transferência de professores para a implementação da reorganização escolar. Segundo o governo, o objetivo da proposta era separar as escolas por ciclos, entre anos iniciais e finais do ensino fundamental e do médio.

O decreto indicava que as transferências ocorrem “nos casos em que as escolas da rede estadual deixarem de atender um ou mais segmentos ou quando passarem a atender novos segmentos”.

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