Durante manifestações ocorridas muitas bandeiras foram empunhadas, dentre elas, a do impeachment da presidente

Favari Filho

Durante manifestações ocorridas muitas bandeiras foram empunhadas, dentre elas, a do impeachment da presidente
Durante manifestações ocorridas muitas bandeiras foram empunhadas, dentre elas, a do impeachment da presidente

A insatisfação com o Governo Federal devido aos casos de corrupção e as constantes altas dos preços fez com que um grupo de brasileiros marcasse uma manifestação para o dia 15 de março que, aliás, reuniu 1,2 milhão somente na Avenida Paulista e entrou para a história como a maior já registrada no Brasil. Muitas bandeiras foram empunhadas na manifestação do dia 15, inclusive a do impeachment da presidente.

No vácuo do encontro agendado através do Facebook, outro grupo de manifestantes apoiadores do governo se adiantou e reuniu no dia 13 – dois dias antes – 12 mil pessoas, em defesa (?) da Petrobras. O clamor maior era em favor da famigerada Reforma Política, que até pode ser um caminho, mas está longe de ser a solução do problema.

Entretanto, no último dia 17, o PMDB apresentou um conjunto de propostas de emendas constitucionais. O documento contém as seguintes sugestões: manutenção do financiamento privado de campanhas, o fim da reeleição, a adoção do voto distrital puro – no qual vence o candidato com mais votos – o fim das coligações, mandatos de cinco anos para deputados, vereadores e chefes do Executivo (federal, estadual e municipal) e de dez anos para senadores.

Segundo o vice-presidente da República Michel Temer, o projeto deve ser votado ainda em 2015 pelo Congresso Nacional. Outro tema que aventa entre os deputados e que pode constar da reforma são as eleições unificadas. Com o intuito de trazer alguns pontos da proposta à tona, o Jornal Cidade ouviu os prefeitos das cidades de Rio Claro, Ipeúna, Analândia, Santa Gertrudes e Corumbataí para saber o que pensam sobre o assunto.

O prefeito de Rio Claro Du Altimari defende que o calendário eleitoral permaneça intacto, pois acredita que com a mudança “a questão municipal ficaria em segundo plano, fato que não é bom para as cidades”. No que diz respeito à reeleição e ao aumento do tempo de mandato, foi enfático: “Sou contra a reeleição e a favor do mandato de cinco anos”.

Na mesma linha, o prefeito de Ipeúna Ildebran Prata se posiciona contra a unificação das eleições. “Acredito que do jeito que está é melhor, seria a favor da unificação caso estabelecido fosse o voto facultativo, mas sendo obrigatório acho que o eleitor pode ter dificuldades na urna”, pontua.

Com relação ao aumento do prazo de mandato, Prata é a favor dos cinco anos. “Acho que é o tempo ideal para uma administração eficiente e eficaz em favor do desenvolvimento de um município e da melhoria na qualidade de vida da população”, completa o prefeito, que exerce o sexto mandato.

O prefeito Rogério Ulson, de Analândia, também se posiciona contra a unificação. “Eu sou contrário ao mandato de seis anos para unificar os processos eleitorais. As eleições municipais, estaduais e nacionais são processos diferentes. Esta iniciativa vai atrapalhar o eleitor e dificultar o debate. É muito difícil discutir problemas e soluções locais e nacionais no mesmo período”, defende.

Contrário aos anteriores, Rogério Pascon, prefeito de Santa Gertrudes, é favorável à eleição unificada, contudo não acredita que haja tempo hábil para que as mudanças aconteçam ainda em 2015. “Não sei se vai dar tempo, é preciso ser votado no Congresso”. Apesar disso, o prefeito também se posiciona a favor do mandato de cinco anos e ao fim da reeleição.

Da mesma forma, o prefeito de Corumbataí, Vicente Rigitano, acredita que seria uma boa medida se as eleições partilhassem a mesma data. “Acho ótima a ideia de unificação por que se gastaria menos com o processo eleitoral”, afirma. Rigitano se posicionou a favor do término da reeleição, entretanto acredita que seria melhor se os mandatos fossem sexenais. “Optaria por seis anos porque talvez os cinco não deem para fazer o que tem de ser feito e quatro é muito pouco”, finaliza.

Se a Reforma Política – que, vale lembrar, estava somente na pauta das manifestações do dia 13, uma vez que a do dia 15 foi contra o desgoverno e a corrupção – vai ou não ser aprovada ainda este ano não há como saber, porém na segunda-feira (16), um dia depois do primeiro ato contra o governo Dilma Rousseff, líderes apolíticos se reuniram e marcaram nova onda de protestos para o dia 12 de abril.

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