A coordenadora Ivana Freschi

Ednéia Silva

A coordenadora Ivana Freschi
A coordenadora Ivana Freschi

A Vigilância Epidemiológica de Rio Claro informou a morte de um homem de 46 anos, vítima de febre maculosa. Esse foi o segundo óbito registrado no ano na cidade em decorrência da doença. A primeira morte aconteceu em março, porém o paciente residia em outra cidade. Como a pessoa estava internada em Rio Claro, o registro de morte é feito no município.

A informação foi divulgada nessa terça-feira (25) pela enfermeira Ivana Freschi de Souza, coordenadora da Vigilância Epidemiológica. Ivana explica que a febre maculosa é transmitida pelo carrapato estrela, que tem como principal hospedeiro a capivara. Portanto, as pessoas que tiveram contato com esses animais ou locais onde eles habitam devem ficar atentas.

De acordo com a enfermeira, o carrapato contaminado, quando em contato com a pele, leva em média quatro horas para transmitir a doença. Os sintomas geralmente aparecem de quatro a dez dias depois da picada, quando o paciente apresenta febre, dor no corpo, mal-estar e em alguns casos pele avermelhada. Como os sintomas são parecidos com os de outras doenças, pode ocorrer confusão no diagnóstico. Por isso, Ivana ressalta a importância do paciente informar ao médico sobre o contato com o carrapato. Dessa forma, o tratamento será iniciado de imediato, com antibiótico específico para a doença.

A coordenadora comenta que a febre maculosa tem alta taxa de mortalidade, em torno de 60%. A doença evolui rapidamente, por isso a importância de iniciar o tratamento precocemente. Ivana alerta para a necessidade de proteção quando as pessoas forem visitar locais que tenham proximidade com água (rios, lagoas e córregos). Em outubro, foram confirmados dois casos de capivaras contaminadas com a bactéria que causa a doença na Feena (Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade).

O ideal é se proteger para visitar esses locais. Ivana orienta o uso de sapatos fechados, meias por cima da calça, blusas de mangas longas etc. Ao chegar em casa, a pessoa deve inspecionar o corpo em busca de carrapatos. No caso de crianças, os pais devem dar banho nesse dia para fazer essa inspeção. Caso sejam encontrados carrapatos, eles devem ser removidos com cuidado para que saiam completamente. Se houver sobras dentro da pele, podem gerar infecção.

Ivana informa que as equipes de saúde recebem orientação periódica sobre como agir nesses casos. Ela destaca três medidas importantes para o sucesso no tratamento. A primeira é a informação do paciente sobre a presença do carrapato no corpo. A segunda é educar e informar sobre a doença. Esse trabalho é feito através do IEC do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que faz palestra para 60 mil pessoas por ano. A terceira medida é confirmar o diagnóstico através de laudo de laboratório.

Ivana explica que o trabalho é feito em conjunto. A Vigilância Epidemiológica cuida da parte de manejo laboratorial e o CCZ e a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) visitam os locais de contaminação, preparam armadilhas para a coleta e identificação dos carrapatos, e realizam visitas casa a casa para verificar se existem novos casos da doença. O áudio com a entrevista completa pode ser conferido no site do JC.

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