Ednéia Silva

Rio Claro investiga um caso suspeito de chikungunya que, junto com o zika vírus e a dengue, também é transmitida pelo mosquito aedes aegypti. O país está em alerta contra o zika vírus por causa do aumento de casos de microcefalia que podem estar relacionados ao vírus. Até o último dia 21, o Ministério da Saúde havia recebido notificação de 739 casos suspeitos identificados em 160 municípios de nove estados do Brasil. Na quinta-feira (26), a cidade de São Paulo registrou dois casos de bebês em gestação com microcefalia.

Por conta disso, o Ministério da Saúde está em alerta contra o mosquito Aedes aegypti que transmite a dengue, chikungunya e zika vírus. Na quarta-feira (25), a pasta divulgou o resultado do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) que indica que 199 municípios brasileiros correm risco de ter surto dessas três doenças. Outros 665 estão em alerta, inclusive Rio Claro, onde a maioria dos criadouros do mosquito encontrados foi dentro das residências.

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O município enfrentou neste ano uma epidemia de dengue com 17.577 casos registrados. Por isso, as redes pública e privada de saúde já estão em alerta contra a doença. Agora, este alerta se estende à chikungunya e zika vírus. Os médicos da rede privada de saúde já colocam o zika vírus entre as hipóteses de diagnóstico quando o paciente apresenta sintomas como febre alta, dor no corpo, dor na cabeça e atrás dos olhos, erupções na pele, cansaço etc.

Uma paciente levou a filha de dez meses para ser atendida porque a menina estava com febre e vermelhidão pelo corpo. O pediatra suspeitou de dengue e pediu exame para confirmação do diagnóstico. O resultado deu negativo. Havia suspeita de que pudesse ser zika vírus, mas o médico informou que não existe exame para detectar a doença.

Outro caso relatado ao JC foi de uma paciente que procurou o médico após se sentir mal. O médico suspeitou que fosse zika vírus e solicitou a realização de exame, que custa muito caro. Ela foi informada de que a rede pública não faz esse tipo de exame. A Fundação Municipal de Saúde disse desconhecer esses casos.

A autarquia explica que o exame realizado para o diagnóstico de dengue é o mesmo para chikungunya. “Para o zika vírus ainda não há testes sorológicos para a pesquisa de anticorpos, o IAL realiza apenas o RT-PCR”, informa. De acordo com a autarquia, se o exame for necessário e estiver dentro do protocolo do Ministério da Saúde, é realizado gratuitamente pela rede pública.

“Na rede pública o exame, quando necessário e dentro do protocolo, é realizado gratuitamente. Importante lembrar a população sobre os cuidados contra a dengue, evitando água acumulada nas residências”, afirma a fundação.

A autarquia orienta a população a procurar o médico em caso de suspeita das doenças. “Todas as pessoas, principalmente gestantes, que apresentarem manchas acompanhadas de dois ou mais sintomas: febre, hiperemia conjuntival, dor/edema nas articulações, devem procurar um serviço de pronto-atendimento para avaliação médica”, recomenda. A fundação lembra ainda que é importante o paciente informar se realizou viagens recentes para áreas de risco, no caso a Região Nordeste do país.

Questionada sobre registro de casos de chikungunya e zika em Rio Claro, a Fundação de Saúde disse que a Vigilância Epidemiológica tem no momento um caso de chikungunya em investigação e um foi descartado. Não há caso de zika vírus.

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