Filme de diretor rio-clarense integra festival de cinema alemão (Foto: Michael Willis)

Adriel Arvolea

Sem estúdios grandiosos, apenas os bairros Jardim Boa Vista e Vila Aparecida, em Rio Claro, como cenários. Dispensando orçamentos milionários, o simples recorte de um dia de adolescentes da periferia e suas relações com o trabalho, as dificuldades e o lazer. Na sequência dos principais acontecimentos e ações, crianças dão o tom e leveza à narrativa. Novamente, o Cinema Caipira se destaca.

O filme ‘Quem Chegar Por Último’, produzido pelo Grupo Kino-Olho e dirigido por Rogério Borges, está na seleção do 19º Mo&Friese Childrens Shortfilm Festival, em Hamburgo, na Alemanha. O festival é voltado ao público jovem, com o foco em cinema e educação, uma das linhas de estudo e prática do Grupo Kino-Olho.

O trabalho nasceu da amizade entre o diretor e seus alunos da rede pública, David Martins e Robyson Gabriel, que atuaram, também, no curta-metragem “Command Action” (João Paulo Miranda Maria, 2015). Além deles, estão no elenco Denis Martins, Artur Santana e Claudete Ribeiro.

De acordo com o diretor, o filme já participou de três festivais no ano passado, sendo premiado em um deles, e, agora, é o primeiro internacional: “Após quatro anos participando do coletivo Kino-Olho, estou estreando como diretor profissional no mercado de festivais de cinema com o ‘Quem Chegar Por Último’. O reconhecimento desse trabalho é de grande importância para nós, pois é fruto do trabalho de formação do grupo, que é uma linha complementar às produções”, comenta Borges.

Conforme avalia, a expansão de horizontes para olhares de novos diretores mostra que os 10 anos de existência do grupo criaram um legado para a cidade, colocando suas produções ao lado de filmes das grandes capitais. Os filmes são produzidos de forma independente, possível por meio da sintonia de ideias e da união existente entre os colaboradores.

“O diretor é quem assina pelo filme, mas na verdade é um complexo conjunto do trabalho de várias pessoas, partindo de um fio condutor que é arquitetado pelo diretor. Cada país em que estreamos com nossos filmes é um novo ramo que se abre nessa árvore, pois nos festivais é que as coisas acontecem para o cinema”, conclui Borges.

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