Somente nesta semana dois grandes incêndios foram registrados em canaviais na região de Santa Gertrudes. A Agência Ambiental de Limeira, da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), recebeu, desde o dia 12 de agosto, 93 ocorrências sobre queimadas e fez o atendimento em três municípios da região. O caso mais grave foi registrado em uma área entre Santa e Iracemápolis. A Companhia afirmou que foi feita uma vistoria no local e constatado plantio de cana e de mata de preservação permanente (Mata do Caju), ambos atingidos pelo fogo. Entretanto, ainda não foi possível identificar onde teria se iniciado o incêndio e as investigações continuam.

É importante lembrar que a queima de palha de cana-de-açúcar está proibida nos municípios de Santa Gertrudes e Iracemápolis, por força de ações judiciais. A aplicação de eventuais penalidades será efetuada após o levantamento dos dados necessários para comprovação do dano ambiental.

A prática da queima causa polêmicas há anos. Ela é usada para facilitar o corte manual da cana. Em contrapartida, vêm os danos ambientais. A cada hectare queimado, quatro toneladas de monóxido de carbono e metano são lançadas no ar. Esses gases contribuem para o aquecimento global. As queimadas no Estado de São Paulo (maior produtor, sendo responsável por mais de 60% de toda produção nacional de açúcar e etanol e, também, por mais de 70% das exportações) ocorrem principalmente durante a estação seca de abril a novembro, coincidindo com o período de baixas precipitações e piores condições de dispersão da fumaça e de partículas da fuligem, o que agrava seus efeitos sobre a qualidade do ar, provocando transtornos pela sujeira nas residências domésticas e causando doenças dermatológicas, cardiovasculares e respiratórias na população devido à poluição atmosférica.

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