Na última semana, o promotor de Justiça Cássio Sartori denunciou 16 pessoas pelas práticas dos crimes de organização criminosa armada, com envolvimento de adolescentes e agentes públicos, bem como tráfico de drogas, porte de arma de fogo de uso permitido e de uso restrito e associação para o tráfico. Entre os denunciados estão membros da organização criminosa PCC com atuação na região de Brotas, Torrinha e Dois Córregos.

As investigações que levaram à apresentação da denúncia foram realizadas ao longo dos últimos dois anos pela Polícia Civil de Brotas. Durante o período, foi identificado um grupo que atuava em nome do Primeiro Comando da Capital na região, coordenando o tráfico de drogas e armas. Ainda durante as investigações, a Justiça autorizou interceptações telefônicas, permitindo que a polícia flagrasse e acompanhasse o “batismo” de membros do PCC na cidade de Brotas. Por meio dos diálogos interceptados, apurou-se que um dos acusados, filho de um vereador de Brotas, foi “batizado” como chefe da organização criminosa na região, tendo como “padrinho” um outro denunciado, que está atualmente preso na penitenciária de Junqueirópolis, condenado pela prática de diversos outros delitos. Durante as conversas interceptadas entre os dois, são oferecidos pontos de venda de drogas em Brotas e Dois Córregos.

As investigações também evidenciaram a estrutura e a divisão de tarefas da organização criminosa, que contava, além dos líderes, com agentes que faziam a contabilidade do tráfico e administração do dinheiro recolhido, promoviam rifas e exigiam valores mensais de seus membros para financiar atividades criminosas, além de olheiros e vigias nos diversos pontos de venda de entorpecentes.

Ainda no âmbito do inquérito, foi apurado que os criminosos obtinham informações privilegiadas sobre investigações policiais na região, pois contavam com o auxílio de um estagiário infiltrado na unidade de Brotas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), órgão que funciona no mesmo prédio da Delegacia de Polícia do município. Ao final da investigação, a Polícia Civil concluiu que o estagiário, que é adolescente, repassou informações sobre a operação que estava em curso a um dos líderes da organização.

No dia 28 de março, foram cumpridos 13 mandados de prisão temporária e de busca e apreensão. Na ocasião, foram presos outros dois indivíduos em flagrante transportando aproximadamente 500 gramas de cocaína divididos em 663 porções individuais, além de duas espingardas com diversas munições e munições de uso restrito, compatíveis com fuzil.

Com os membros da organização foram apreendidos cerca de 2,5 quilos de drogas, em sua maioria cocaína, 6 mil recipientes destinados ao armazenamento de entorpecentes, telefones celulares, rádios comunicadores, balança de precisão, anotações da contabilidade do tráfico e aproximadamente R$ 11 mil. Foi instaurado inquérito autônomo para investigação da prática do crime de lavagem de dinheiro.

Mais detalhes sobre o caso podem ser encontrados no site do Ministério Púbico de São Paulo: www.mpsp.mp.br

Treze dos denunciados permanecem presos preventivamente.

Todas as informações foram divulgadas pelo Ministério Público de São Paulo

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