Professores em greve fizeram panfletagem e exibiram faixas em manifestação no Centro

Ednéia Silva

Professores em greve fizeram panfletagem e exibiram faixas em manifestação no Centro
Professores em greve fizeram panfletagem e exibiram faixas em manifestação no Centro

Dentro da semana de mobilizações organizada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) em todo o Estado, a subsede de Rio Claro realizou ato público no Centro da cidade nessa quarta-feira (8). A manifestação teve como objetivo chamar a atenção para a greve dos professores estaduais e conscientizar a população sobre os motivos da paralisação.

Os manifestantes se concentraram em frente à agência do Banco do Brasil, na Rua 3, com a Avenida 2. Lá eles fizeram panfletagem e utilizaram megafone para falar com a população. Uma faixa foi exibida nos semáforos informando que o governo não cumpre a decisão judicial sobre a jornada do piso.

O diretor da Apeoesp de Rio Claro, Ademar de Assis Camelo, explica que o ato foi realizado em frente ao banco por ser dia de pagamento do professor e dos funcionários públicos estaduais. A intenção foi chamar a atenção dessas pessoas para a greve iniciada no dia 16 de março. Além disso, o ato público cumpre o calendário de mobilizações aprovado na última assembleia estadual da categoria realizada na quinta-feira (2) em São Paulo.

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A última rodada de negociação com o governo estadual foi realizada no dia 30 de março e terminou sem acordo. De acordo com Ademar, foi oferecido reajuste zero e os docentes reivindicam 75,33% de aumento para equiparar o salário à remuneração dos professores de nível superior. Hoje, o salário do professor estadual é de R$ 2.145, para 40 horas semanais. Com o aumento subiria para R$ 4.247,48.

O diretor critica ainda a situação dos professores de categoria O que não têm direito a vários benefícios, inclusive ao plano de saúde (Iamspe). Falou sobre o não cumprimento da lei do piso e a superlotação das salas de aula. Conforme a Apeoesp, foram fechadas mais de 3.900 salas de aula e as escolas têm salas com até 60 alunos, o que prejudica o ensino e a aprendizagem.

Para Ademar, é injusto que o governo conceda reajuste de 75% para os professores que trabalham nas escolas de tempo integral, e zero para os demais. Segundo ele, a medida é uma forma de dividir a categoria. “O governo cria ilhas de excelência, privilegiando algumas escolas e desprezando outras”, comenta.

Por tudo isso, a Apeoesp pede o apoio dos pais e da comunidade para a greve que, segundo a entidade, vai além da questão salarial. “Quando lutamos por melhores condições de trabalho, estamos pensando na qualidade do ensino que ministramos aos nossos alunos. Educação de qualidade deve ser uma luta de toda a sociedade”, diz em carta aberta à comunidade.

A Apeoesp afirma que a greve atinge 60% da categoria no estado. Na regional de Rio Claro são 64 professores parados. A Secretaria de Estado da Educação afirma que continua aberta ao diálogo e que há um plano de reajuste salarial de 45% em quatro anos, além de uma política de bonificação que distribuirá R$ 1 bilhão em prêmios por mérito neste ano. Uma nova assembleia está marcada para a próxima sexta-feira (10) no vão livre do Masp.

CARREATA

A Apeoesp de Rio Claro irá realizar carreata nesta quinta-feira (9). A saída está marcada para as 10 horas em frente a sede da entidade que fica na Rua 4-B, 549, no bairro Cidade Nova. A carreata deverá percorrer as escolas estaduais do município. Também nesta quinta-feira (9) estão previstas mobilizações nas rodovias com o fechamento de estradas em todo o Estado.

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