Carreata dos professores percorreu as ruas do Centro de Rio Claro

Ednéia Silva

Carreata dos professores percorreu as ruas do Centro de Rio Claro
Carreata dos professores percorreu as ruas do Centro de Rio Claro

A Apeoesp (Sindicato Oficial dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), subsede de Rio Claro, realizou nessa quarta-feira (29), uma carreata pelas ruas do Centro da cidade. Com carro de som e buzinas, os professores estaduais fizeram barulho para chamar a atenção e pedir o apoio da população para a greve da categoria iniciada no dia 13 de março.

O diretor da Apeoesp de Rio Claro, Ademar de Assis Camelo, informa que esta foi a terceira carreata promovida pela entidade. As duas primeiras percorreram as escolas estaduais do município. A terceira foi realizada na região central nessa quarta-feira (29). Utilizando o megafone do carro de som, os professores explicavam os motivos da carreata e da greve da categoria.

Ademar explica que a decisão de realizar a carreata foi tomada pelo Comando de Greve local. Outras atividades devem ser organizadas nos próximos dias. Nesta quinta-feira (30), um grupo de professores de Rio Claro vai a São Paulo participar da assembleia estadual que será realizada às 14 horas, no vão livre do Masp. Professores também vão participar das comemorações do Dia do Trabalho, na sexta-feira, 1º de maio.

O diretor esclarece ainda que a carreata foi uma resposta aos comentários do governador Geraldo Alckmin de que não existe greve de professores. Enquanto o governo afirma que apenas 1% dos docentes estão paralisados, a Apeoesp alega que a participação supera 50%.

Na última sexta-feira (24), a juíza Luiza Barros Rozas, da 11ª Vara da Fazenda Pública, deferiu liminar que autoriza a Apeoesp a entrar nas escolas nos intervalos das aulas para conversar com os colegas e afixar cartazes para divulgar a paralisação.

O diretor comenta que não existe proposta por parte do governo estadual. A última reunião foi realizada no dia 23 de abril e terminou sem acordo. O secretário da Educação, Herman Voorwald, avisou que não há previsão de aumento. Diante disso, na sexta-feira (24), os professores aprovaram a manutenção da greve. A categoria reivindica 75,33% e melhores condições de trabalho.

Para quem afirma que a greve é política, Ademar afirma que não existe partidarismo no movimento. O próprio estatuto da categoria proíbe a participação de partidos dentro da entidade.

Em nota oficial divulgada no dia 17 de abril, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informou que “se mantém disposta a negociar com o sindicato” e que “a atual política salarial já garantiu 45% de aumento a todos os professores do Estado nos últimos quatro anos, sendo 21% de aumento real. Além disso, o Governo de São Paulo decidiu pagar neste ano R$ 1 bilhão em bônus por merecimento, o maior da história”.

A Apeoesp, por sua vez, contesta os dados e afirma que o reajuste de 45% em quatros anos (2011 a 2014) refere-se à incorporação de gratificações, sendo que uma parte havia sido negociada no governo anterior. De acordo com a entidade, descontadas as incorporações das gratificações, o reajuste cai para 29,9% em quatro parcelas frente a uma inflação de 27,7% (ICV-Dieese). Quanto ao bônus de R$ 1 bilhão, a Apeoesp disse que o valor foi de R$ 912 milhões.

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