Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

THIAGO AMÂNCIO E CLÁUDIA COLLUCCI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, 41, foi extubado na noite desta segunda-feira (3), após o sangramento na cárdia, entre o esôfago e o estômago, ter sido estancado com procedimento endoscópico de hemostasia.

Tratando de um câncer que começou no sistema digestivo, ele havia sido internado na Unidade de Terapia Intensiva do hospital Sírio-Libanês e intubado mais cedo.

Covas foi internado no domingo (2) para fazer exames de sangue, de imagens e endoscópico para continuar o tratamento de quimioterapia e imunoterapia, diz a prefeitura. A endoscopia mostrou que havia um sangramento no local do tumor inicial, na cárdia, entre o esôfago e o estômago. Após passar por procedimento endoscópico e ter o sangramento estancado, ele foi extubado já na noite desta segunda. Covas é acompanhado pelos médicos David Uip, Artur Katz, Tulio Eduardo Flesch Pfiffer e Roberto Kalil Filho.

O prefeito então foi levado à UTI e intubado. Covas é acompanhado pelos médicos David Uip, Artur Katz, Tulio Eduardo Flesch Pfiffer e Roberto Kalil Filho.

O câncer do prefeito originou-se na cárdia, uma válvula no trato digestivo, e depois afetou também o fígado. Ele iniciou tratamento em 2019 e vinha evitando, desde então, afastar-se de suas funções na prefeitura, limitando suas licenças médicas.

Entre outubro de 2019 e fevereiro último, o prefeito fez oito sessões de quimioterapia. As lesões cancerígenas regrediram, mas não desapareceram por completo.

Em fevereiro, um novo nódulo no fígado foi descoberto. Na ocasião, a equipe médica disse que o câncer no sistema digestivo conseguiu “ganhar terreno”, mas que ainda era menor do que o primeiro encontrado há dois anos.
Em 16 de abril, os médicos anunciaram que exames detectaram o surgimento de novos focos de câncer no fígado e ossos do prefeito, e ele foi internado.

No último dia 27, os médicos anunciaram que ele teria alta. A prefeitura informou à época que a internação se prolongou devido ao acúmulo de líquido entre os pulmões e a pleura (membrana que reveste os pulmões), dentro da caixa torácica. O acúmulo é decorrente de uma inflamação provocada por um dos tumores no fígado. Covas fez drenagem pleural e seu quadro evoluiu com sucesso, dizem os médicos, com redução do líquido e melhora clínica, o que permitiu que ele deixasse o hospital.

Em casa, o prefeito estava recebendo alimentação venosa suplementar para recuperar o peso perdido nos últimos meses, e faria quimioterapia e imunoterapia a cada duas semanas, a começar pelo último fim de semana. O tratamento previsto, no entanto, foi adiado porque a equipe médica achou melhor esperar os resultados de novos exames.

No domingo (2), a prefeitura anunciou que ele voltaria a ser internado. Em entrevista à rádio CBN na manhã desta segunda, David Uip afirmou que Covas teve sintomas comuns ao tratamento, como náusea e vômito, e que os médicos optaram por interná-lo novamente para antecipar os exames.

Também neste domingo, o prefeito decidiu se licenciar por 30 dias do comando da Prefeitura de São Paulo. Neste período, o vice-prefeito, Ricardo Nunes (MDB), assumirá a maior prefeitura do país.

Em rede social, Covas disse no domingo que nos últimos meses a vida tem apresentado enormes desafios e que ele tem procurado enfrentá-los com fé, cabeça erguida e muita determinação. Reeleito no segundo turno em novembro, o tucano vinha despachando do hospital e de casa.

À Folha, Nunes afirmou que vai consultar Covas em temas importantes e que não fará mudanças enquanto for prefeito em exercício.

“Me sinto preparado para ocupar a cadeira nesses 30 dias. Nesses quatro meses do lado do Bruno, aprendi muito, a equipe montada é muito boa, está todo mundo muito entrosado. Os trabalhos vão continuar, eu vou continuar conversando com ele”, afirmou Nunes no domingo.

“Não farei absolutamente nenhuma mudança no rumo da prefeitura ou em secretariado, em hipótese alguma, isso nem me passou pela cabeça”, disse o vice-prefeito.

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