Os consumidores já pagam por gasolina mais cara em Rio Claro após anúncio do Governo

NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Petrobras subiu o preço da gasolina em 3,3%. É o segundo aumento consecutivo, após corte realizado em junho. O preço do diesel não terá elevação.


Segundo a estatal, o reajuste médio é de R$ 0,09 por litro, elevando o preço de venda em suas refinarias a R$ 2,78 por litro. Até chegar aos postos, o valor ainda é acrescido de impostos e margens de distribuidores e postos.


Em nota divulgada nesta quarta (11), a empresa destacou qual sua contribuição para o preço médio final da gasolina, que passará a ser de R$ 2,03 por litro, já que o produto vendido nos postos recebe 27% de etanol anidro.


O reajuste é anunciado mais de um mês após a última alta, reforçando a percepção de que a Petrobras reduziu a frequência de ajustes de preços após a posse do general Joaquim SIlva e Luna no comando da companhia.
Nos comunicados de reajustes dos combustíveis, a Petrobras afirma que segue buscando equilíbrio com o mercado internacional, mas que “busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais”.


Silva e Luna foi escalado pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir Roberto Castello Branco, o primeiro presidente da estatal em seu governo, em meio a fortes pressões contra a escalada nos preços dos combustíveis do início do ano.
Para a Ativa Investimentos, o reajuste ainda não é capaz de eliminar a defasagem em relação ao preço internacional da gasolina. Segundo suas contas, ainda há espaço para aumento de 13% nos preços em refinaria.


“O acréscimo feito pela Petrobras segue em linha com nossas estimativas, pois sempre informamos que as altas para mitigar a defasagem poderiam ser feitas de forma fracionada”, ponderou a Ativa, em nota divulgada após o anúncio do aumento.


A entidade lembra que o aumento pressionará ainda mais a inflação a partir da terceira semana de agosto, com impacto integral no indicador de setembro.


A inflação dos combustíveis, que atingiram valores recordes em 2021, tem impactado a popularidade do presidente, que já cortou impostos federais sobre diesel e gás de cozinha, mas sem resultados no preço final dos produtos.
Nesta quarta (11), em mais uma ação, Bolsonaro assinou MP que libera a venda de combustíveis de outras marcas e a venda de etanol diretamente das usinas para os postos, mudanças que encontram resistência entre as maiores distribuidoras de combustíveis do país.


Na cerimônia de assinatura, voltou a defender que a escalada nos preços não é responsabilidade do governo federal e a culpar governadores pela diferença entre os preços de refinaria e os valores praticados nas bombas.
“O governo estadual cobra ICMS também na margem de lucro, no transporte, cobra no PIS/Cofins e cobra também no ICMS”, afirmou. “Não compensa reduzir o preço na refinaria. Quando abaixa cinco centavos, na ponta da linha continua sendo o mesmo preço”.


Com a venda de combustíveis a preços historicamente elevados, a Petrobras registrou lucro de R$ 42,8 bilhões no segundo trimestre e decidiu antecipar a distribuição de R$ 31,6 bilhões em dividendos a seus acionistas. Maior sócio, a União ficará com R$ 9 bilhões.

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