A rio-clarense Marina De Géa Neves é doutoranda na Unicamp e recentemente esteve em Budapeste, na Hungria, para expor seu trabalho desenvolvido sobre adulteração em suplementação infantil à base de leite. E para contar como chegou até Budapeste, Neves começa por um outro congresso. “Em junho eu fui para o Canadá para um congresso na área de espectroscopia vibracional, que é a técnica que eu uso no meu trabalho. Lá foi superlegal, nosso grupo de pesquisa ganhou prêmio!”, conta. E segue. “Então recentemente fui para Hungria, para um congresso na área de química de alimentos, por eu usar essa técnica na área de alimentos. Eu analiso e desenvolvo modelos para detectar, identificar e quantificar adulteração em alimentos. Eu já trabalhei com leite em pó, óleo de coco e lá na Hungria eu levei meu trabalho sobre um modelo que desenvolvi para ‘pegar’ adulteração em suplementação infantil à base de leite.”

A pesquisadora fala um pouco sobre o objetivo do seu trabalho. “O objetivo era desenvolver uma metodologia rápida, eficiente, limpa no sentido de não gerar resíduos tóxicos de análise, e também não destrutiva, isto é, a amostra que é analisada não é destruída, isso viabiliza realizar testes direto nas indústrias, nos tambores de armazenamento, durante a produção, no caminho do transporte, em qualquer ponto até chegar o alimento às mãos do consumidor. A adulteração pode ocorrer desde os pequenos produtores, passando pelos grandes laticínios e indústrias, no transporte até mesmo no mercado.”

Marina fala ainda que muitas vezes a fraude pode acarretar perda nutricional do alimento, mas também ela pode ter apenas um caráter econômico. Isto é, nem toda adulteração faz mal à saúde, mas o consumidor está sendo enganado.

EXPERIÊNCIA

“No congresso conversei com muitos professores, doutores, houve uma troca de conhecimentos muito bacana! E claro, também, as palestras que são apresentadas são sempre do que há de mais novo no cenário da ciência. É uma oportunidade incrível de expor seu trabalho, trocar conhecimento e ficar por dentro do que está acontecendo no mundo, as tendências de pesquisa e as novas tecnologias, e também buscar possíveis parcerias”, finaliza.

Desafios

“Infelizmente passamos por um momento no Brasil de total descaso com a ciência, bem como em outras áreas. Buscamos apoios e parceria da forma que podemos”, fala.

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