Há meses que o município de Rio Claro está em alerta por conta da escassez hídrica. No ano passado, o Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) chegou a publicar um decreto com orientação contra o desperdício de água pelos moradores com, inclusive, possibilidade de aplicação de multas. A motivação era por conta do baixo nível dos mananciais que abastecem a cidade, Rio Corumbataí e Ribeirão Claro.

A autarquia faz acompanhamento dos níveis e da qualidade dos pontos de captação de água bruta e informou que o nível dos rios está dentro do esperado para esta época do ano, em que as chuvas são mais comuns por conta do verão. Ainda assim, o estado de atenção quanto à disponibilidade do recurso continua. Isto porque o Consórcio PCJ, agência que monitora os rios de 40 cidades da região, emitiu um novo boletim nessa terça-feira (11) atualizando os dados de 2021. Segundo o documento, o ano passado seguiu a tendência que tem se verificado na segunda metade dessa década, e registrou 23,13% menos chuva do que apontam as médias históricas.

Os dados apresentados pelo PCJ apontam que, somente em Rio Claro, o Rio Corumbataí apresentou vazão 60,8% abaixo da média histórica. Foram registrados apenas 3,52 m³/s em 2021, os menores dos últimos seis anos. No ano de 2020 a média foi 9,15 m³/s. A média histórica chega a 8,97 m³/s. O Rio Piracicaba, na cidade vizinha onde o Rio Corumbataí desagua, a vazão no ano passado foi quase 64% abaixo da média histórica, que é de 125,70 m³/s.

“Os dados para o primeiro trimestre de 2022 apontam que podem ocorrer chuvas abaixo das médias históricas no Estado de São Paulo, portanto, nas Bacias PCJ também. os efeitos da baixa disponibilidade hídrica foram expressivos e persistentes nas Bacias PCJ no último ano e, desse modo, os técnicos de gestão de recursos hídricos estão alertas e cautelosos para o período hidrológico úmido, que conforme a outorga de 2017 deve durar até maio de 2022”, informa.

A entidade segue com a recomendação de atenção e indica que campanhas de racionalização sejam intensificadas mesmo durante o verão, já que chuvas acontecerão, mas podem não ser suficientes para a recarga dos mananciais das Bacias PCJ. “Cada gota de água deve ser armazenada durante o período chuvoso para que se tenha como atravessar a estiagem de 2022. Medidas estruturais como implantação e ampliação de bacias de retenção e piscinões ecológicos devem ser mantidas para tentar aumentar ao máximo o nível de recarga de nosso lençol freático e nascentes”, finaliza.

Alerta

O ano de 2021 apresentou 22,13% menos chuva do que o esperado e liga sinal de atenção para a disponibilidade hídrica em 2022.

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