O que era para ser um simples enterro virou um grande evento em Goiatuba, no interior de Goiás, na última segunda-feira (25). Isso porque cerca de dois mil fiéis foram até o local e outros 15 mil acompanharam pela internet o que seria a prometida ressureição do pastor Huber Carlos Rodrigues, milagre que não aconteceu.

Em 2008, o pastor havia escrito uma carta alegando que, quando morresse, ressuscitaria no terceiro dia, assim como Jesus Cristo. O documento foi aceito pelos fiéis como a promessa de um milagre, o que fez com que as pessoas fossem acompanhar o velório de Huber mesmo na chuva.

A esposa de Huber não permitiu que ele fosse enterrado e quis aguardar o milagre, embora laudo médico apontasse o óbito ocorrido em decorrência de problemas cardiorrespiratórios.

A situação inusitada fez com que Washington Gomes, radialista e repórter da região, fizesse uma live do evento. “A família está em poder de um documento que diz que é para aguardar que ele ressuscitaria pela fé e quem somos nós para julgarmos A ou B? Estamos apenas mostrando nosso trabalho e à Goiatuba o que vai acontecer”, destacou.

“Não vou julgar nem discriminar a fé de ninguém. Só trazer a informação”, garantiu Gomes durante a live, que acabou viralizando para além de Goiatuba. “Pastor Huber é uma pessoa muito querida por toda a sociedade goiatubense”, afirmou o repórter.

A promessa

No documento escrito há 12 anos, o pastor, que era dirigente da Igreja Petencostal Deus é Amor, afirmou que passaria por um “mistério de Deus”.

Ele explicava que o “mistério de Deus” era baseado em três passagens bíblicas. A morte e ressurreição de Lázaro; da filha de Jairo, e do filho da viúva de Naim, todas as passagens registradas nos evangelhos bíblicos.

“Mesmo após confirmado o óbito, me revela Espirito Santo que será expressamente proibido aos médicos ou qualquer outra pessoa, tocar no meu cérebro  ou no meu corpo físico”, destacava um trecho da carta. “Não podendo portanto, passar por autopsia, cirurgias ou qualquer tipo de medicação e muito menos a preparação do corpo pela funerária”.

A carta, concluía dizendo que sua integridade física teria de ser “totalmente preservada, pois eu ficarei morto por três dias, sendo que no 3º dia às 23h30 eu ressuscitarei. Meu corpo durante estes três dias não terá mau cheiro e nem se decomporá, pois o próprio Deus terá preparado minha carne e meu cérebro para passar por essa experiência”. Quando atingiu o horário do milagre e nada aconteceu, Gomes declarou: “Não houve ressuscitação, haverá o sepultamento”.

O enterro

Era cerca de uma da madrugada desta terça (26) quando o corpo foi liberado para o enterro. Mesmo assim, alguns fiéis insistiam na ressureição de Huber e pediram para que o caixão fosse aberto, já que recusavam a ideia de óbito do pastor. Após o tumultuo, o corpo foi sepultado e não houve ressureição alguma.

*Informações obtidas através do portal Diário de Goiás

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