Uma coletiva na manhã desta sexta-feira (22) na sede da Delegacia Seccional de Rio Claro anunciou o esclarecimento do caso que vitimou o policial rodoviário Luis Fernando Bortolotti Garcia de 42 anos.

“Quero iniciar esta coletiva dizendo que foi um trabalho em conjunto das forças de segurança da cidade de Rio Claro. Além disso quero agradecer a participação da sociedade que desde o primeiro momento se prontificou a nos ajudar”, disse o seccional Dr. Paulo Nabuco na abertura. Na mesa de autoridades ele teve a companhia do também delegado Alexandre Socolowski que comandou as investigações, tenente-coronel Luís Roberto Moreira Filho (comandante do 37º BPM/I) e Major PM Abreu (coordenador operacional do 3º BPRv).

Investigação e primeira prisão

De acordo com as Polícias Civil e Militar os trabalhos se iniciaram imediatamente após a vítima ser baleada. Câmeras de segurança foram fundamentais para que pouco tempo depois um motorista em um veículo Gol fosse abordado. Esse carro foi flagrado passando várias vezes na rua onde o crime aconteceu e imagens mostram dois indivíduos sendo deixados nas imediações. Eram os mesmos que depois abordaram o cabo Garcia.

Veículo Gol que trio utilizou para ir até o local onde iriam roubar uma caminhonete mas acabaram matando o policial (Foto: Jornal Cidade Rio Claro)

“Em um primeiro momento esse motorista F.L.D.O. abordado negou envolvimento. Depois se apresentou até voluntariamente na delegacia junto com um advogado porém conseguimos ter acesso a mensagens que ele enviou para uma pessoa assim que deixou os indivíduos no local dizendo que não podia falar no momento porque estava prestes a cometer um roubo porque precisava levantar dinheiro. Além disso vimos que ele realmente tinha ligação e conhecia a dupla que abordou o PM”, afirmou o delegado Alexandre Socolowski.

Áudio transcrito enviado pelo motorista do veículo Gol a uma pessoa que tentou falar com ele pouco antes do crime acontecer. (Foto Jornal Cidade Rio Claro)

Diante das evidências ele confessou que foi dirigindo o carro e deixou os comparsas no local com o intuito de roubarem uma caminhonete que estava estacionada perto da casa do cabo Garcia. Como o proprietário desse veículo demorou para chegar eles viram a oportunidade de não saírem de mãos vazias com a chegada de um novo alvo: “Nesse tempo em que o dono da caminhonete não chegou quem chegou foi o policial com sua motocicleta. Eles foram então para roubar a moto porém perceberam que se tratava de um policial quando um deles o segurou pela cintura. Foi nesse momento que um atirou e o outro roubou a arma do policial vindo a fugirem na sequência”, disse Socolowski.

Segunda prisão

Após a grande repercussão, o indivíduo S.A.E.B que aparece na filmagem segurando o cabo Garcia pela cintura fugiu para Cianorte no Paraná porém não imaginava que já estava sendo monitorado. Ele foi para morar com uma tia e despistar as autoridades. Na noite da última terça-feira (19) ele foi preso por Policiais da ROTAM e também confessou participação. Foi ele quem retirou a arma do policial e roubou após o comparsa balear o PM. A Polícia Civil de Rio Claro cuida para que o criminoso seja transferido nos próximos dias para a cidade onde será ouvido e poderá esclarecer mais alguns pontos da investigação.

Indivíduo preso no Paraná que participou da abordagem ao cabo Garcia. Morador de Rio Claro, fugiu após o crime para despistar as autoridades.

Foragido

O terceiro envolvido e autor dos disparos segue sendo procurado pela polícia. D.HF.B.M já teve o mandado de prisão temporária expedido.

Como aconteceu

O cabo Garcia saiu da base do policiamento rodoviário de Rio Claro no dia 5 de novembro e foi para a residência no Inocoop. Ele estava em uma motocicleta e ao chegar no local parou o veículo em frente e desceu para abrir o portão. Quando se preparava para entrar na garagem foi abordado por dois indivíduos armados. De acordo com a Polícia Civil houve luta corporal e o policial foi atingido. A dupla de bandidos fugiu levando a arma particular do cabo.

Cabo PM Garcia morreu aos 42 anos de idade

A vítima ficou internada na UTI do Hospital São Rafael e veio a óbito três dias depois após os médicos constatarem a morte cerebral. A família optou pela doação de órgãos.

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