ARTUR RODRIGUES – PEDRO JUAN CABALLERO, PARAGUAI (FOLHAPRESS) – A polícia paraguaia fez uma operação dentro da penitenciária de Pedro Juan Caballero para investigar a suspeita de que um narcotraficante paraguaio seja o mandante da chacina que vitimou quatro pessoas no sábado (10), incluindo duas estudantes de medicina brasileiras.
Durante a vistoria policial, Faustino Ramón Aguayo Cabanas estava uma cela VIP com sua namorada, que é parente de um político local da cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero.

A polícia suspeita que Cabanas seja o mandante do assassinato de Osmar Vicente Álvarez Grance, 32, conhecido como Bebeto.

Três mulheres foram mortas na mesma ocasião: Hayllee Carolina Acevedo Yunis, filha do governador do estado paraguaio de Amambay, e as brasileiras Rhannya Jamilly Borges de Oliveira e Kalline Reinoso de Oliveira, todas estudantes de medicina.

Inicialmente, a polícia suspeitava que a chacina tivesse sido cometida a mando do PCC. Segundo essa linha de investigação, Grance era alvo da facção criminosa. Sete pessoas suspeitas de envolvimento com esse crime foram presas, entre os quais seis brasileiros.

Agora, porém, com a investigação sobre o narcotraficante paraguaio, outras hipóteses foram postas na mesa, como assassinato motivado por dívidas ou uma questão passional.

A onda de violência levou as polícias do Brasil e do Paraguai a adotar operações conjuntas e montar barreiras contra ação de grupos criminosos que atuam na fronteira dos dois países.

Haverá reforço de policiamento ostensivo, mas sem afetar pessoas que atravessem a fronteira para fazer compras.

O delegado da Polícia Civil Marcos Werneck afirmou que ainda será firmado um acordo para formalizar os trâmites. “A gente está vivendo uma situação sensível, tanto em Pedro Juan como Ponta Porã e a integração sempre é um caminho muito fértil para o trabalho”, disse.

Pedro Juan Caballero é lar de mais de 10 mil estudantes brasileiros, que migraram para o país vizinho para estudar medicina. Conforme a Folha mostrou, os crimes instalaram uma rotina de medo entre os alunos, que dizem evitar sair de casa.

A fronteira também vive uma onda de mortes praticadas por supostos justiceiros, em que as vítimas são deixadas com bilhetes justificando os crimes devido à prática de roubos.

No entanto, entre diversos investigadores que conversaram pela reportagem a opinião corrente é que os próprios criminosos utilizam esses bilhetes para despistar a polícia, em acertos de contas dos grupos criminosos.

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