A musicista Miriam Momesso, de 19 anos, mora atualmente em Moçambique, país africano que fala português, mas é pouco conhecido dos brasileiros. Ali, a jovem encontrou um tema inspirador para o documentário que prepara: mulheres que, assim como ela, vivem uma relação intensa com a música.

Miriam está no continente africano em intercâmbio financiado pelo governo norueguês, dentro do projeto Loud, cuja instituição parceira, no Brasil, é o Projeto Guri. Desde criança ela convive com a música dentro de casa, graças à família – vive em Rio Claro desde os 5 anos. Integrou o Projeto Guri em Santa Gertrudes e, aos 16 anos, estava no Conservatório de Tatuí estudando guitarra de MPB/Jazz.

Feminista, ela dá aulas para meninas em uma instituição em Maputo, capital moçambicana. Ali, foi confrontada com a realidade das pequenas habitantes: “O trabalho infantil nas ruas é comum e as meninas muitas vezes fazem afazeres domésticos sozinhas, quando as mães saem para trabalhar ou não estão presentes – elas assumem a casa, o cuidado com o irmão, estudam e os homens não ajudam em nada”.

No interior de Moçambique, os problemas da capital se agravam – a precariedade é regra. Miriam entende seu trabalho e de seus colegas como uma alternativa para muitas crianças: “O acesso à música é muito raso com as meninas do país”, pontua. Miriam assumiu o documentário como um projeto pessoal, no qual ela tem vários papéis, dirigindo, gravando, editando e captando áudio. Apesar da insegurança inicial, seu foco é abarcar toda a riqueza cultural e social feminina.

Oportunidade

Miriam quer trazer seu trabalho para exibição em Rio Claro – o documentário deve ser exibido em Moçambique e na Noruega.

Ela destaca o Projeto Guri como fundamental para seu desenvolvimento pessoal e musical: “Os educadores me deram muito suporte – eu nunca teria esse tipo de oportunidade sem o projeto”.

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