Por Luiz Carlos Merten

A atriz Daisy Lúcidi, de 90 anos, morreu na madrugada desta quinta-feira, 7. Ela estava internada com covid-19 no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital São Lucas, em Copacabana, zona sul do Rio, desde o dia 25 de abril.

Daisy teve uma longa carreira. Atuou no teatro, cinema e na TV, mas deve muito de sua fama ao rádio. Começou aos 6 anos recitando poemas. Por mais de dez anos, apresentou um programa com César Ladeira. Na era de ouro da Rádio Nacional, participou de novelas com alguns dos maiores galãs da época – Paulo Gracindo, Mário Lago. Em 1971, passou a comandar, na Rádio Nacional, o programa Alô, Daisy!, reconhecido como de utilidade pública por serviços prestados à população do Rio em suas queixas por melhores serviços municipais.

A popularidade ajudou a alavancar a carreira de Daisy Lúcidi na política e ela foi vereadora e, depois, deputada estadual por diferentes partidos, PDS, PFL e PPR.

No cinema, participou pontualmente de filmes nos anos 1940 (Folias Cariocas), 50 (Dentro da Vida) e 70 (Eu Transo, Ela Transa). Passaram-se décadas e ela voltou aos filmes em 2012 e 2013, com As Aventuras de Agamenon, o Repórter e Vendo ou Alugo. Pelo último, recebeu o prêmio especial do júri no Cine PE.

A TV acolheu a jovem Daisy primeiro na minissérie Nuvem de Fogo, de Janete Clair, de 1963. Participou, na Globo, de novelas como Bravo!, também de Janete Clair junto de Gilberto Braga; O Casarão, de Lauro César Muniz; Paraíso Tropical, de Gilberto Braga; Passione, de Sílvio de Abreu; e Babilônia, de Braga e Ricardo Linhares.

Em Passione, criou uma de suas personagens marcantes – a viúva Valentina parecia uma boa mulher, mas aceitava ofertas pelas netas em troca de dinheiro; em Babilônia, foi a elegante e sofisticada Dulce. No teatro, participou da montagem original de Society em Baby Doll, de Henrique Pongetti, por Augusto Boal. Daisy Lúcidi foi casada com o jornalista esportivo Luiz Mendes, que morreu em 2011.

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