Na foto, o morador Carlos Rafael Martins Ribeiro, 65 anos, observa o que restou de uma das árvores plantadas e cuidadas por ele e por outros vizinhos após corte feito pela Unesp

Em frente à residência onde mora desde os nove anos de idade, o vendedor autônomo Carlos Rafael Martins Ribeiro (65 anos) observa com tristeza e revolta o corte de árvores frutíferas que ele e outros vizinhos plantaram no entorno da calçada do câmpus da Unesp no bairro Bela Vista: “Isto tudo estava abandonado e nós, ao longo dos anos, cuidamos, cortamos o mato, transformamos o espaço. Tanto é que essas árvores que ainda não foram cortadas estão todas saudáveis e com frutos. Muita gente que faz caminhada por aqui para e pega acerola, amora. De um dia para o outro abrimos o portão e damos de cara com motosserras e as árvores no chão. Para mim e meus vizinhos isso é um crime contra a natureza”, disse o morador.

A reportagem do Jornal Cidade procurou a Unesp, que se pronunciou sobre a ação e explicou a necessidade da retirada das árvores do calçamento no entorno do câmpus: “Nós da Unesp somos ligados muito à natureza. Nunca faríamos uma agressão, se é que isso pode ser chamado assim, sem que tivéssemos um amparo legal com base em profissionais da área. Esse projeto, ele visa, de fato, urbanizar aquela área. Fizemos um projeto para a construção das calçadas e reforma do alambrado do entorno da Unesp até mesmo porque sem a calçada estamos sendo multados e estamos recorrendo. O projeto tem laudos da Secretaria do Meio Ambiente e que nos mostraram o que é que poderia ser retirado, o que não podia e nós estamos respeitando isso. Então, para cada árvore retirada, nós plantamos outras vinte e cinco. O que acontece é que a população acha que aquela calçada da Unesp é uma extensão do jardim da casa da pessoa e vão plantando ali o que bem entendem”, pontuou Alexandre Perinotto (presidente da Comissão Supervisora da Unesp de Rio Claro).

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